Lula diz que premiê de Israel quer acabar com a Faixa de Gaza

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O presidente Lula afirmou, nessa sexta-feira (27), que é “insanidade” do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, querer acabar com a Faixa de Gaza. O mandatário defende o fim do poder de veto de membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para que a entidade assuma uma posição mais forte em relação ao conflito entre os israelenses e o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

“O ato do Hamas foi terrorista, que não é possível fazer um ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que eles fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois. Porque, agora, o que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel querendo acabar com a Faixa de Gaza, se esquecendo que lá não tem só soldado do Hamas, que lá tem mulheres e crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra”, disse Lula, durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.

O presidente explicou que o Brasil não reconhece o Hamas como organização terrorista, porque o país segue as avaliações do Conselho de Segurança da ONU.

“A posição nossa é clara. Toda guerra não tem apenas um culpado, ou um mais culpado. O Brasil fez crítica veemente, como nós condenamos a Rússia de ter invadido o território ucraniano, isso está explícito no comportamento do Brasil. Mas isso não significa que eu sou obrigado a me colocar ao lado da Ucrânia para guerrear. Eu quero me colocar ao lado daqueles que querer pedir paz”, disse Lula comparando com o conflito no leste europeu e reafirmando a posição do Brasil na condenação dos atos do Hamas.

“Antigamente, quando tinha guerra, os soldados iam pro campo de batalha e era soldado matando soldado. Agora não, o cara fica de longe jogando foguete e não sabe na cabeça de quem vai cair, não sabe quem vai morrer”, completou.

Diálogo

Lula defende o diálogo para uma solução pacífica para a região e a abertura de um corredor humanitário e diz que tem feito um esforço para que as negociações aconteçam.

“Se eu tiver informação que tem um presidente de tal país que é amigo do Hamas, é pra esse que eu vou ligar: ‘ô cara, fala pro Hamas libertar os reféns, pra que ficar com inocente lá retido? Liberta, tem gente que precisa de remédio para tomar, liberta os reféns’. E também falar pro governo de Israel […] abrir as fronteiras para saírem os estrangeiros”, disse.

A autoridade do Hamas diz que a libertação de reféns depende um cessar-fogo. O petista continua manifestando preocupação com o grupo de cerca de 30 brasileiros que estão na Faixa de Gaza, aguardando um acordo entre Israel e o Egito para abertura da fronteira ao sul do enclave.

“Alguém tem que falar em paz”, disse. “É com o poder desse diálogo que eu acho que em algum momento a gente vai conseguir sentar à mesa [de negociação]. Eu não posso como ser humano, a gente ver a quantidade de crianças mortas em uma guerra e ninguém assumir a responsabilidade por essas mortes. Cada um se acha mais inocente e as crianças vão perecendo”, acrescentou.

Poder de veto

Lula defendeu o fim do poder de veto dos cinco membros permanentes do colegiado da ONU – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – e a abertura do Conselho de Segurança para novos membros.

“É uma contradição cinco países do Conselho de Segurança. São eles que fabricam armas, que vendem armas e que fazem guerra. É a contradição. Por isso queremos mudar, queremos que entrem vários países. Queremos democratizar o Conselho de Segurança da ONU porque hoje ele vale muito pouco”, disse o presidente.

Fonte: O Sul

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