Brasil registra mais de 55 mil casos de dengue em 2024; especialistas culpam variação do clima

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A ordem é não dar nenhum espaço ao Aedes Aegypti. A procura pelos focos do mosquito pode ser feita olhando cuidadosamente cada cantinho, como explica o agente de saúde, Andreia Daniel. “Muita gente acha que a casa está toda limpinha, mas o mosquito está naquele lugar limpinho mesmo, porque ele precisa de água”, diz.

A procura também é feita por meio de uma visão mais ampla. Em Vitória, drones são usados para identificar terrenos abandonados, piscinas mal cuidadas ou caixas d’água destampadas. “Fazer essas visitas nas praias, nas escolas, pra levar para a comunidade o papel da importância dela”, fala a bióloga Lívia Marini Palma.

Em 2023, o Brasil atingiu o maior número de mortos por dengue da história: 1.094 pessoas perderam suas vidas para a doença. Foram mais de 1,7 milhão de casos.

O Espírito Santo teve a maior incidência de registros no País: 4.702 para cada 100 mil habitantes e 98 pessoas morreram, 16 vezes mais que em 2022.

“É uma doença muito complicada. Meu marido tem 90 quilos, quase 2 metros de altura e um mosquitinho desse tamaninho conseguiu derrubar ele”, diz a bancária Aline Malias.

O ano de 2024 começou com os números da doença em alta em todo o país. De acordo com o Ministério da Saúde, só nas duas primeiras semanas do ano foram registrados 55.859 casos.

Minas Gerais, com 14.275 casos, São Paulo, com 9.856 e Paraná, com 8.388 são os Estados mais críticos. Esse aumento de casos tem relação com as variações do clima.

“O mosquito que transmite a dengue tem um ciclo de 7 até 10 dias no ambiente, normalmente num período que nós temos as condições climáticas favoráveis de chuva e e muito calor, ele tende a reduzir esse tempo. Então, isso facilita para que a gente tenha uma quantidade de mosquito muito maior que no período fora da sazonalidade”, diz o subsecretário de Vigilância em Saúde Orlei Cardoso.

A maioria dos Estados espera receber a vacina contra a dengue no mês que vem. O Ministério da Saúde já adiantou que são poucas doses, suficientes para imunizar pouco mais de 3 milhões de pessoas e que vai concentrar a aplicação em crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos, como orienta a Organização Mundial de Saúde.

Nessa semana, autoridades de Saúde vão anunciar quem terá prioridade dentro desse grupo.

A vacina não é recomendada para pessoas com mais de 60 anos. Enquanto isso, o melhor não é dar chance para a proliferação do mosquito e deixar a casa aberta para a prevenção. “Receba esses profissionais bem, para que eles se sintam bem à vontade, voltem sempre e consigam desempenhar o trabalho deles, que é bem importante”, diz Aline.

FONTE: CP.

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