No Rio Grande do Sul, vice-presidente Geraldo Alckmin exalta importância do etanol para a descarbonização
Na tarde desta sexta-feira (26), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou do lançamento da pedra fundamental de uma usina de etanol em Viadutos, no Rio Grande do Sul. O investimento privado está na casa dos R$ 800 milhões. O empreendimento vai produzir combustível a partir do milho, cevada, trigo e triticale, nome de um cereal híbrido de trigo com centeio.
A usina vai atender cerca de 10 mil pequenos e médios produtores rurais das regiões de Alto Uruguai e Nordeste do Estado. No total, 42 municípios serão beneficiados com a possibilidade de melhor aproveitamento da safra de inverno, prejudicada nos últimos anos pelas mudanças climáticas.
Em discurso feito em Viadutos, o ministro explicou que a usina vai reforçar a implementação da Nova Indústria Brasil (NIB), a política industrial lançada na segunda-feira (22) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alckmin lembrou que o governo decidiu aumentar de 27% para 30% a quantidade de etanol adicionada à gasolina, prática que reduz a emissão de gás carbônico e contribui com os esforços para descarbonização no país.
“Esse é um investimento de ponta, que gera empregos na construção da usina e, depois, na operação. A agricultura faz diferença no Brasil e agregar valor com o processo industrial vai empregar mais pessoas e ter valor ainda mais alto”, afirmou o vice-presidente. “Em vez de vender a soja, eu vendo a ração, eu vendo o frango, eu vendo o óleo, eu faço combustível”, explicou.
Com expectativa de utilização de mil toneladas de matéria-prima por dia, o projeto prevê a produção anual de 151 milhões de etanol anidro e dos seguintes coprodutos: 100 mil toneladas de farelo DDG (usado na alimentação de bovinos); 245 mil toneladas de crédito de carbono; 25 mil MWh de energia elétrica e 5,4 toneladas de óleos.
Pelo planejamento, as obras devem começar em fevereiro, com cerca de mil vagas para colaboradores. Na fase de operação, serão empregados em torno de 600 trabalhadores.
Sob responsabilidade da empresa FZ BioEnergia, a usina será construída com dinheiro captado no mercado. Dos R$ 800 milhões, R$ 600 milhões se destinarão à aquisição de bens de capital, e R$ 200 milhões serão usados em gastos de operação.
Sócio do empreendimento, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunati destacou a relevância da construção da usina para a agricultura local e para o mercado de trabalho. “Esse ato é extremamente importante não somente para nossa região, mas também para nosso estado e para todo o Brasil nesse momento em que se discute a geração de emprego e renda e o papel da agricultura familiar”, afirmou Fortunati.
Fonte: O Sul