Israel demite comandantes após ataque a integrantes de ONG na Faixa de Gaza

0

As Forças Armadas de Israel demitiram nesta sexta-feira (5) dois comandantes responsáveis pelo bombardeio que resultou na morte de uma equipe da ONG World Central Kitchen na segunda-feira (1º), na Faixa de Gaza.

Em um relatório com as conclusões da investigação interna sobre o caso, as Forças Armadas afirmaram que os militares confundiram os integrantes da ONG com terroristas do Hamas. No entanto, o grupo estava identificado com coletes da World Central Kitchen, e o logotipo e o nome da ONG estavam escritos no teto dos veículos da organização.

O inquérito afirma que o grupo foi “erroneamente alvejado”. Após o relatório, a World Central Kitchen rejeitou as conclusões e exigiu uma investigação independente.

As Forças Armadas chamaram ainda o caso de “erro grave decorrente de uma falha grave devido a uma identificação equivocada, erros na tomada de decisões e um ataque contrário aos procedimentos operacionais padrões”.

Em comunicado, as Forças Armadas afirmaram ter tomado as seguintes medidas após o inquérito: demitir o comandante de apoio da brigada, destituição do chefe do Estado-Maior da brigada responsável pela operação e “repreensão” de outros comandantes – o nome e os cargos deles não foram informados no comunicado.

“As conclusões da investigação indicam que o incidente não deveria ter ocorrido. Os comandantes que aprovaram o ataque estavam convencidos de que os alvos eram agentes armados do Hamas e não funcionários da WCK”, diz o relatório.

O ataque atingiu dois veículos da ONG. A organização havia levado uma carga de alimentos ao território palestino horas antes do bombardeio. Segundo a ONG, entre os mortos há três cidadãos do Reino Unido, um da Austrália, um dos Estados Unidos, um da Polônia e um palestino.

A World Central Kitchen é uma das ONGs mais atuantes em Gaza. Na quarta-feira (3), em entrevista à agência de notícias Reuters, o chef espanhol José Andrés, fundador da World Central Kitchen, acusou o governo israelense de bombardear intencionalmente o grupo.

Na entrevista, Andrés afirmou que a World Central Kitchen havia se comunicado com o Exército israelense momentos antes para avisar que o grupo iria ao Norte de Gaza fazer a entrega de alimentos e que, por isso, os militares sabiam de antemão quais seriam os trajetos dos funcionários.

Fonte: O Sul

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com