Bolsonaro muda agendas em Santa Catarina e veta presença no palco de pré-candidata do seu partido que criticou sua gestão na pandemia
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mudou a agenda que faria na terça-feira (23) em Santa Catarina após descobrir que Adeliana Dal Pont, pré-candidata do PL à prefeitura de São José (SC), criticou a gestão federal durante a pandemia da Covid-19 e realizou elogios à medicina de Cuba. Ao descobrir um vídeo que mostra o posicionamento dela à época, o ex-mandatário cancelou a passagem de sua motociata pelo calçadão do Kobrasol, bairro central do município.
A pré-candidata chegou a recepcionar Bolsonaro em um clube de tiro, em São José, durante a manhã. Após tomar conhecimento das críticas, o ex-presidente reclamou que o partido não realizou uma pesquisa antes da filiação dela e apresentou o vídeo ao governador Jorginho Mello (PL).
O ex-presidente decidiu, então, que a pré-candidata do partido não poderia mais subir ao palco da manifestação. Ao saber disso, ela não tentou se aproximar de Bolsonaro, nem mesmo para uma foto. Point chegou a divulgar o evento nas redes sociais no dia anterior.
“Nosso presidente vem aí! Jair Bolsonaro, o grande líder da direita no Brasil estará no Aeroporto de Florianópolis nesta terça, às 11h. Vamos juntos mostrar a força do nosso povo e demonstrar que o cidadão catarinense de bem está com Bolsonaro!”, escreveu na segunda-feira.
Neste contexto, cresce a pressão sobre Mello que, como presidente do PL em Santa Catarina, precisa decidir se busca outro candidato para a prefeitura de São José ou se investe na candidatura de Pont sem o apoio de Bolsonaro, o principal nome da legenda.
Cidadão Catarinense
Foi aprovado, nesta quarta-feira (24), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o projeto de lei que concede o título de cidadão catarinense ao ex-presidente. De autoria do deputado Oscar Gutz (PL), a matéria segue agora para votação da redação final, antes de seguir para análise do governador Jorginho Mello.
Segundo a justificativa do autor do projeto, o ex-presidente, em sua trajetória, “defendeu a redução da maioridade penal, o direito à legítima defesa e a posse de arma de fogo para cidadãos sem antecedentes criminais”.
O texto também cita que o ex-presidente atuou em favor de medidas para garantir a segurança jurídica das ações policiais, além de agir “em defesa dos valores cristãos e da família”.
Oscar Gutz reiterou que a proposição do título de Cidadão Catarinense também levou em consideração a atuação de Jair enquanto presidente da República ao “enfrentar a pandemia da Covid-19 e enviar recursos para que os municípios enfrentassem a doença”.
“Eu era prefeito quando ele era presidente e sei da importância desses recursos”, declarou Gutz.
Aprovado por maioria de votos, o projeto recebeu manifestações de apoio de diversos deputados no plenário. Entre eles, parlamentares do MDB e União, além do PL, sigla do autor da matéria.
Fonte: O Sul