Governador Eduardo Leite diz ter “boa expectativa” sobre acordo para suspensão de dívida do Rio Grande do Sul com a União

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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse nesta segunda-feira (13) que o pedido do governo gaúcho ao governo federal é de suspensão do pagamento da dívida do Estado com a União e a “quitação” dos valores referentes ao período em que os pagamentos estiverem suspensos.

“O nosso pedido oficial é a suspensão do pagamento da dívida com a quitação desse período. O governo do Rio Grande do Sul vai precisar ao longo desses próximos anos o maior fôlego possível”, disse Leite em entrevista coletiva em Porto Alegre para atualizar informações sobre as enchentes que têm devastado o Estado.

O governador indicou que tem tido conversas “positivas” com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que tem uma “boa expectativa” para o tratamento deste tema. Ele afirmou ver “boa vontade” do governo federal para ajudar o Rio Grande do Sul no momento de crise.

“As conversas com o ministro Fernando Haddad tem sido muito positivas. Tenho boa expectativa que possamos dar esse passo importante juntos”, acrescentou. Do lado do governo federal, as discussões caminhavam para uma suspensão de três anos nos pagamentos da dívida do Rio Grande do Sul com a União, disse uma fonte que acompanha o assunto. Ela ressaltou, no entanto, que o governo ainda não havia batido o martelo sobre o plano.

Questionada sobre a possibilidade de perdão dos valores da dívida que deixarem de ser cobrados durante o período de suspensão dos pagamentos, a fonte não respondeu de imediato. O Rio Grande do Sul tem um gasto anualizado de cerca de R$ 3,5 bilhões em pagamentos da dívida junto à União, da ordem de R$ 90 bilhões.

Mais cedo, o ministro Haddad afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciaria no meio da tarde desta segunda-feira medida relacionada à divida do Rio Grande do Sul.

Na semana passada, o governador havia sugerido que os pagamentos da dívida do estado com a União fossem suspensos por dois anos, o que daria “fôlego” para o planejamento de investimentos de longo prazo.

Ele também tem dito que a suspensão da dívida seria um caminho mais rápido para os esforços de reconstrução do estado do que o envio de recursos federais, pois envolveria menos burocracia.

Leite ponderou que a suspensão do pagamento da dívida, no entanto, é apenas uma das diversas medidas que o estado precisa para se reconstruir após a destruição de residências, comércios e infraestrutura causada pelas chuvas fortes das últimas semanas.

O governador tem apontado que a estimativa inicial de recursos necessários para reconstruir o estado está em torno de pelo menos R$ 19 bilhões. A devastação por chuvas no estado, que causaram enchentes históricas e deslizamento de terras, deixaram pelo menos 147 mortos e mais de 2,1 milhões de pessoas atingidas de alguma forma em 447 dos 497 municípios gaúchos.

O desastre tem sido apontado como a pior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul.

Fonte: O Sul

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