Lula afirma que leilão para a compra de arroz foi anulado por “falcatrua em uma empresa”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (21) que a anulação do leilão de arroz ocorreu porque houve uma “falcatrua em uma empresa”.

Lula se referiu à polêmica concorrência para a compra de arroz importado, que acabou cancelada após indícios de irregularidades e culminou na demissão do então secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller. O governo pretende fazer um novo certame.

“Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. E depois tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua em uma empresa. Por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Que compre a R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá para ser um preço exorbitante”, argumentou Lula.

“Vamos, inclusive, financiar áreas de outros Estados produtivas de arroz para não ficar dependendo apenas de uma região. Vamos oferecer um direito dos caras comprar e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, completou o presidente em entrevista.

O leilão de importação de 263 mil toneladas de arroz foi anulado pelo governo federal no dia 11 de junho após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras.

Em relação à capacidade técnica das ganhadoras, o que se tem apontado é que três das quatro vencedoras não são do ramo de arroz ou de importação, o que, segundo analistas de mercado, poderia gerar problemas na operação.

Essas empresas receberiam recursos do governo para importar e entregariam o produto em unidades da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Por outro lado, nenhuma companhia tradicional participou do leilão, segundo uma das bolsas que operou a negociação.

A Conab explicou que, no atual modelo de leilão, a estatal só fica sabendo quem são as empresas vencedoras após os resultados da operação. Isso porque quem intermedia as negociações são as bolsas de cereais.

O governo decidiu importar arroz poucos dias depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul para evitar alta nos preços do alimento, diante da dificuldade pela qual o Estado passava para transportar o grão para o restante do País.

A decisão contrariou os produtores rurais, que têm afirmado que há arroz suficiente para abastecer o Brasil. O RS é responsável por 70% da produção nacional do grão e já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.

Fonte: O Sul

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