Dívida do governo federal sobe para 77,8% do PIB, o maior nível desde novembro de 2021
A dívida bruta do governo atingiu 77,8% do PIB em junho, chegando ao maior nível desde novembro de 2021. Os dados foram divulgados nessa segunda-feira (29) pelo Banco Central.
Esse indicador reúne as dívidas de União, Estados e municípios, além do Banco Central. É considerado o principal número da solvência das contas públicas do país. Na comparação com maio, a dívida subiu 1,1 ponto percentual do PIB. A dívida total é de R$ 8,7 trilhões.
No governo Lula, a dívida pública avançou 6,1 pontos percentuais, pois estava em 71,7% do PIB no fechamento do ano de 2022.
Para o governo, a dívida avançará até 79,7% do PIB em 2027, no salário-base. A dívida aumenta por que as despesas estão maiores que as receitas, gerando um déficit, além do pagamento de juros.
Déficit geral
No primeiro semestre deste ano, as contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 43,4 bilhões. O resultado engloba o governo federal, os Estados, municípios e as empresas estatais — com exceção de Petrobras e bancos.
De acordo com os números do BC, o déficit mais que dobrou em relação ao primeiro semestre de 2023, quando o rombo estava em R$ 20,4 bilhões. O rombo registrado no semestre passado foi o maior para o período desde 2020, no auge da pandemia de covid.
De acordo com o BC, o déficit das contas públicas foi resultado do desempenho das contas do governo federal e, também, das empresas estatais. Os Estados e municípios tiveram superávit no mês passado.
Em relatório, o Goldman Sachs destacou que colocar a dinâmica da dívida em uma tendência estrutural de queda continua sendo um desafio macroeconômico fundamental do Brasil. Isso exigiria superávits acima de 2% do PIB, o que é improvável curto prazo, afirma o texto.
“A política fiscal claramente expansionista e a relutância em controlar os gastos minam severamente a credibilidade das metas fiscais, incluindo o saldo primário zero para 2024. Além disso, uma âncora fiscal fraca e não confiável contribui para manter as expectativas de inflação de médio prazo desalinhadas da meta de 3,0% e reduz significativamente os graus de liberdade para o banco central adotar uma postura monetária menos restritiva”, afirma.
FONTE: O SUL.