Dólar sobe a R$ 5,73, maior patamar desde 2021; Ibovespa recua

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O dólar voltou a renovar a máxima em quase três anos e o Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (1º), por conta do sentimento de cautela global com mercados digerindo novos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, além das decisões sobre juros pelo Federal Reserve (Fed) e Banco Central (BC).

Diante destas pressões, o dólar encerrou a primeira sessão de agosto com salto de 1,43%, negociado a R$ 5,736.
Esta é a maior cotação de fechamento desde 21 de dezembro de 2021, quando encerrou a R$ 5,739. Em 2024, o dólar acumula valorização de 18,24%.

O clima de aversão ao risco também levou à nova alta do ouro, que nas negociações intradias chegou a bater novo recorde, além de derrubar o mercado de criptoativos.

O Fed manteve as taxas inalteradas no maior patamar em mais de duas décadas, mas abriu a porta para um possível início de ciclo de cortes a partir de setembro.

No cenário doméstico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC congelou pela segunda reunião seguida a Selic em 10,5% ao ano, mas publicou um tom mais duro sobre fatores de risco. Apesar da mudança na comunicação, a maior parte do mercado descarta aumento dos juros nos próximos meses.

Seguindo a queda generalizada em Wall Street e praças da Europa, o Ibovespa encerrou o dia com perda de 0,2%, aos 127.395 pontos. O desempenho também foi pressionado pela queda das maiores companhias da bolsa brasileira. Vale (VALE3) perdeu 2,24% após resultados mistos do minério de ferro, enquanto Petrobras (PETR4) recuou 1,52%, em linha com nova queda do petróleo após recuo de 4% na véspera.

Novos dados do mercado de trabalho publicados nesta quinta-feira fortaleceram o temor dos mercados de que a reversão da queda dos juros prevista pelo Fed em setembro venha tarde de mais para evitar maiores impactos na economia norte-americana.

O número de trabalhadores nos EUA que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou para um pico de 11 meses na semana passada, o que sugere um certo afrouxamento do mercado de trabalho, embora eles tendam a ser voláteis nessa época do ano.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 14 mil na semana encerrada em 27 de julho, para 249 mil em dado com ajuste sazonal, o nível mais alto desde agosto do ano passado, informou o Departamento do Trabalho nesta manhã. O dado veio um dia depois de o Fed sinalizar para a queda dos juros a partir de setembro. Na véspera, a autoridade monetária manteve as taxas de juros entre 5,25% e 5,5% – a maior em 20 anos.

O presidente do Fed, Jerome Powell, pontou que qualquer enfraquecimento significativo no mercado de trabalho seria preocupante.

“Se virmos algo que pareça uma recessão mais significativa, isso seria algo ao qual teríamos a intenção de responder”, disse após a publicação da manutenção dos juros.

Fonte: O Sul

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