Paraguaio considerado um dos maiores traficantes da América do Sul é enviado a cadeia em Porto Alegre

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Um dos maiores traficantes da América do Sul está recolhido no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre. O homem de 37 anos é natural do Paraguai, onde estava detido antes da extradição para solo gaúcho. Ele é suspeito de movimentar R$ 3,85 bilhões, entre 2021 e 2023, com envio de 17 toneladas de cocaína para a Europa através dos portos de Rio Grande (RS) e Itajaí (SC).

Sob vigilância da Polícia Federal, o paraguaio embarcou no domingo em um voo comercial com ponte no Aeroporto de Congonhas (SP) e aterrissagem no Aeroporto de Caxias do Sul. No final da tarde, ele seguiu para a Capital, onde permanece detido.

O estrangeiro foi preso há mais de um ano, mas estava no Presídio de Tacumbú, em Assunção, enquanto a Justiça brasileira concluía um pedido de extradição. Ele ficará no sistema prisional gaúcho enquanto aguarda transferência a uma penitenciária federal.

A prisão do investigado ocorreu na capital paraguaia, em março de 2023, no âmbito da Operação Hinterland. Na ocasião, também houve o sequestro de 87 bens imóveis, 173 veículos e de uma aeronave, além do bloqueio de 147 contas bancárias e da movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas.

De acordo com a PF, o paraguaio fingia ser empreendedor do mercado financeiro e pecuarista, com empresas e criação de gado no país vizinho. Ocorre que as propriedades seriam fachada para internalizar drogas no Brasil. O suposto empresário nega participação no esquema, mas a investigação aponta que ele utilizava as propriedades como depósito de cocaína produzida na Bolívia.

Os entorpecentes ingressavam no Brasil por Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, de onde seguiam em caminhões para cidades portuárias no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Em ambos estados, respectivamente, os narcóticos eram armazenados em empresas e depósitos no entorno dos portos de Rio Grande e Itajaí.

O próximo passo era inserir os ilícitos em cargas regulares de insumos, com a cumplicidade da alta cúpula de empresas de logística. Quando os navios atracavam na Europa, um grupo pré-determinado ensaiava o roubo das cargas e depois distribuía a cocaína em diversos países do continente.

Quando foi deflagrada, a Operação Hinterland também resultou na prisão de dois irmãos, em Balneário Camboriú (SC). A dupla seria responsável por coordenar o esquema a partir de empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande e de Itajaí. Ambos respondem em liberdade, mas são monitorados com tornozeleiras eletrônicas.

Por fim, além do paraguaio, a Polícia Federal ainda aguarda a extradição de outro estrangeiro, um traficante da Albânia, que seria responsável por comprar e distribuir a droga na Europa. Ele foi preso em Dubai, no último dia 29 de julho.

Na capital dos Emirados Árabes, o albanês dizia ser CEO de uma empresa de artigos metálicos. A suspeita é que ele utilizava o empreendimento como disfarce para negociar toneladas de cocaína enviadas a partir do Sul brasileiro.

Fonte: CP

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