Percentual de famílias endividadas chega a 92,9% no RS

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O percentual de famílias gaúchas endividadas aumentou pela terceira vez consecutiva, atingindo 92,9%. Na edição anterior esse valor era de 91,2%. Desde as enchentes de maio de 2024, os indicadores de endividamento e inadimplência interromperam um ciclo de queda e vem crescendo. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS) da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviço (CNC) e divulgada pela Fecomércio-RS nesta terça-feira, 1º.

O fato de a pesquisa ser realizada em Porto Alegre, município fortemente atingido e que ficou muito tempo na condição de alagamento, tende a tornar os efeitos da tragédia natural sobre a condição financeira das famílias ainda mais acentuado. Ainda assim, tanto os percentuais de famílias endividadas quanto os inadimplentes permanecem abaixo dos níveis de agosto de 2023.

A piora da condição financeira das famílias também é verificada em outros indicadores. Ao avaliar o nível de endividamento, os que se dizem “muito endividados” são 29,6%. Na edição de julho de 2024, o percentual era de 28,1% e, em agosto de 2023, de 29,2%. A parcela da renda comprometida com dívidas foi de 28,1%. Na edição anterior foi de 28,0% e em agosto de 2023 de 26,4%.

No que diz respeito à condição de inadimplência, o percentual de famílias com contas em atraso atingiu 39,1% e registrou aumento em relação ao mês anterior (38,0% em julho de 2024). Na edição de agosto de 2023, o percentual foi 39,7%. O tempo de atraso no pagamento de dívidas vencidas foi de 32,8 dias e também teve alta na margem (31,8 dias em julho de 2024). Já o percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte das dívidas em atraso nos próximos 30 dias teve a quarta alta consecutiva e atingiu 3,7%. Na edição anterior havia registrado 3,3% e em agosto de 2023, 2,4%. Apesar dos grandes volumes de transferências para as famílias atingidas pelas enchentes, o que tende aliviar a pressão sobre os orçamentos, a grande necessidade de reposição de bens perdidos e o aumento da desocupação em Porto Alegre (município onde é realizada a pesquisa) tendem a justificar os avanços percebidos na inadimplência.

“Já era esperada uma realidade como a retratada na PEIC. O que temos que ficar atentos é com relação aos movimentos futuros. No curtíssimo prazo é natural uma deterioração da condição financeira das famílias depois de uma tragédia da proporção como a que vivemos. O grande problema é se esse quadro de piora da situação orçamentária das famílias persistir”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Veja os dados completos e análise econômica.

Fonte: O Sul

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