Inter e Grêmio com líderes em caminhos opostos no Gre-Nal 443
No futebol de suas idas e vindas, algumas histórias terminam e outras recomeçam. Para alguns personagens, como Pedro Geromel, o Gre-Nal 443, que será disputado no Beira-Rio, neste sábado, é o capítulo final de uma longa trajetória defendendo as cores do Grêmio no clássico gaúcho. Já para outros, como Andrés D’Alessandro, o duelo válido pelo Brasileiro será apenas o primeiro de uma nova etapa da vida e da carreira.
D’Ale esteve em campo pelo Inter entre 2008 e 2022, com duas interrupções para jogar fora. Ou seja, acumula experiência de sobra para mostrar aos novatos quais são as armadilhas do clássico. O zagueiro, por sua vez, já anunciou oficialmente que está pendurando as chuteiras no final da temporada. Ele desembarcou em Porto Alegre no final de 2013, após carreira discreta na Europa. Ganhou títulos, venceu e perdeu Gre-Nais. De consolo a Geromel, o fato de ele reunir todos os predicados para seguir o caminho de D’Ale e virar dirigente do Grêmio e, assim, voltar a viver as emoções do clássico.
Prestes a se aposentar, Geromel fez história também nos Gre-Nais
O Gre-Nal 443 ficará marcado para Pedro Geromel. Recentemente, o defensor anunciou que vai se aposentar do futebol ao final do ano e, apesar de não ser titular, poderá, neste sábado, no Beira-Rio, viver o seu último clássico como jogador.
Considerado como um dos maiores zagueiros da história tricolor, Geromel foi anunciado em dezembro de 2013, após passagem discreta na Europa. Desde então, ele acumula 27 Gre-Nais disputados, com nove vitórias, 10 empates e oito derrotas. O aproveitamento é de 45,6%. O camisa 3 deixou a sua marca no clássico 422, que foi disputado no dia 3 de novembro de 2019. Na oportunidade, ele fez o primeiro gol da vitória por 2 a 0, na Arena, pela 30ª rodada do Brasileirão.
Dos 27 Gre-Nais, Geromel disputou 14 com a parceria de Kannemann na zaga. Nesse recorte foram cinco vitórias, seis empates e três derrotas, com aproveitamento de 50%. Os bons momentos do Grêmio em clássicos nos últimos anos passam pelos pés da dupla, que entrou para a história do clube. Ambos foram destaque das grandes conquistas: Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017) e Recopa Sul-Americana (2018), além do hepta campeonato gaúcho.
A última vez da dupla junto foi no Gre-Nal 440, que terminou com derrota por 3 a 2, no Beira-Rio, no Brasileirão 2023. Já Geromel, sem a presença de Kannemann, foi titular no último clássico, o 442, disputado no Couto Pereira, em Curitiba, que acabou com derrota por 1 a 0 no primeiro turno do Brasileiro.
Aos 39 anos, Geromel vai encerrar sua trajetória no futebol depois de 11 temporadas vestindo a camisa tricolor. Pelo clube gaúcho, até o momento, o defensor soma 406 partidas, com 217 vitórias, 98 empates e 91 derrotas. O aproveitamento é de 61,49%. Foram 15 gols marcados e cinco assistências distribuídas.
“O Grêmio me possibilitou ganhar títulos, vestir a camisa da Seleção Brasileira e ser conhecido pelo meu trabalho. Sou muito grato por tudo que o Grêmio proporcionou”, disse ele, na entrevista coletiva que anunciou a aposentadoria.
D’Ale dirigente conserva o espírito do D’Ale protagonista nos clássicos
Profissionalmente, D’Alessandro não calça mais chuteiras. Não vai a campo, não chuta, não dribla e não briga como em outros tempos. Desde que deixou a carreira de jogador, trocando-a pela de dirigente, não vive a emoção do clássico em campo. Porém, quem divide com ele a intimidade do dia a dia no CT Parque Gigante nos últimos tempos testemunha que o velho e sanguíneo D’Ale segue vivo. E afirma que a proximidade do clássico deixou o ex-jogador mais atento, mais concentrado. Não há dúvida de que ele quer inaugurar a sua trajetória como diretor técnico do seu Inter com uma vitória sobre o maior rival e, caso isso aconteça, ele vai estar no gramado para vibrar com a torcida.
“Quem chega aqui no Sul tem que saber o que significa o Gre-Nal. Tem que saber conviver com a nossa rivalidade e tem que conhecer o valor que tem o Gre-Nal para a cidade. Não é um jogo qualquer”, afirmou D’Alessandro, em sua entrevista de apresentação como diretor técnico do Inter, no final de agosto.
Como jogador, ele defendeu o Inter em 40 Gre-Nais com retrospecto positivo. Foram 16 vitórias, 13 empates e 11 derrotas, com 50,8% de aproveitamento. Ele, inclusive, estreou com a camisa do Inter em um clássico. Foi em 13 de agosto de 2008, quando o argentino, recém-chegado do San Lorenzo, foi titular na partida válida pela Copa Sul-Americana, disputada no Beira-Rio. Sob o comando de Tite, o Inter não conseguiu mais que o empate por 1 a 1, que foi fundamental porque os colorados ficaram com a vaga na próxima fase e acabaram campeões do torneio.
Ainda em 2008, ele marcou o seu primeiro gol contra o Grêmio na vitória pelo Brasileirão por 4 a 1 no Beira-Rio. Foi o primeiro, mas outros vieram. Tanto que o argentino é o atual goleador do clássico no século, com nove gols.
Muitos dizem que a fase de ascensão do Inter no Brasileirão é mérito do trabalho do argentino nos bastidores. Ele diz que não. Que é de Roger Machado e dos próprios jogadores. De qualquer forma, tudo será posto à prova no Gre-Nal, inclusive o novo trabalho de D’Alessandro.
Fonte: CP