Presidente do Banco Central diz que a reforma administrativa é importante para a autarquia reduzir a taxa de juros

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Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (21) que uma reforma administrativa pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é importante para a redução da taxa de juros.

Segundo Campos Neto, uma reforma administrativa sinaliza comprometimento com a política fiscal, com ajustes no lado das despesas do governo. “Acabei de ler a notícia, não sei se é oficial ou não, [mas] estão falando de reformas administrativas. Há uma expectativa de que depois das eleições veremos algumas medidas. Isso é muito importante para que nós no Banco Central sejamos capazes de reduzir as taxas [de juros] de forma sustentável”, declarou.

“Nossa missão é atingir a meta de inflação. E é muito difícil fazer isso quando há a percepção de que o fiscal não está ancorado”, acrescentou o presidente do BC em evento promovido pela 20-20 Investment Association, em São Paulo.

O governo prepara medidas para ajustar as contas, depois de focar no equilíbrio fiscal por meio do aumento das receitas. Na última semana, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que “chegou a hora” de levar a sério a revisão de gastos públicos no país.

“Chegou a hora para levar a sério a revisão de gastos. Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração”, afirmou a ministra.

A ministra não deu detalhes sobre quais gastos serão revisados pela equipe econômica, mas citou os supersalários do funcionalismo, que classificou como algo “imoral”.

Taxa de juros

Atualmente, a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 10,75%. Em setembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC elevou a taxa em 0,25 ponto percentual – o primeiro aumento do governo Lula.

O órgão justificou a elevação afirmando que vem percebendo, no cenário interno, risco para alta da inflação. O Comitê também disse que o aumento da Selic é o início de um “ciclo”. Os economistas do mercado financeiro estimam que os juros cheguem a 11,75% ao fim de 2024. A próxima reunião do Copom será realizada no início de novembro.

Fonte: O Sul

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