“Combate à corrupção foi esvaziado sob a benção de Lula”, diz o ex-juiz Sergio Moro

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Considerado suspeito de praticar atos contra o ex-ministro José Dirceu na Operação Lava-Jato, e com isso tendo as suas condenações anuladas pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-juiz Sergio Moro usou as redes sociais para criticar a decisão do decano. Para ele, isso passa por um “esvaziamento” do combate à corrupção no país, sob a “benção” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu partido, o PT.

“Não existe base convincente para anulação da condenação de José Dirceu na Lava-Jato. Além da condenação anterior no Mensalão, foi ele condenado na Lava-Jato por três instâncias, inclusive pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Segundo esses julgados, há prova documental do pagamento de suborno oriundo de contratos da Petrobras. Todos esses magistrados estavam de conluio? Um conluio do qual não há registro ou prova, apenas uma fantasia! O combate à corrupção foi esvaziado no Brasil sob a benção do governo Lula e do PT”, escreveu no X o agora senador.

Mais tarde, Moro repostou uma publicação do também senador Hamilton Mourão (Republicanos) que classifica a medida tomada por Gilmar como “vergonhosa” e “indecente”. O ex-vice-presidente ainda disse que “o governo do PT tenta enterrar a Lava-Jato porque só de falar em combate à corrupção ficam descompensados”.

Quem também se posicionou contrário ao entendimento do ministro do STF sobre o caso foi o ex-procurador Deltan Dallagnol. Ele acusa Gilmar de agir com “hipocrisia” e lança mão de uma artilharia de ataques contra o magistrado e a Suprema Corte.

“A decisão do ministro Gilmar Mendes de anular todas as condenações de José Dirceu, citando uma suposta ‘confraria’ entre o juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava-Jato, é mais uma prova da hipocrisia suprema de Gilmar, que coa um mosquito, mas engole um camelo quando o assunto é Lava Jato”, disse Deltan, e emendou: “Confraria é ver ministros do Supremo se reunindo no exterior com gente como os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da J&F, que confessaram ter subornado mais de 100 políticos e pago bilhões em propina”.

Na sequência, o procurador da Lava-Jato acusou Gilmar de “fechar os olhos para abusos judiciais comprovados de seu colega Alexandre de Moraes, implicado no escândalo da ‘Vaza Toga’”, o que para ele “desnudou a confraria de Moraes com ele mesmo: ele é investigador, procurador e juiz, tudo ao mesmo tempo”.

Fonte: O Sul

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