Conselheiros investigarão gestão no Inter; entenda as chances de impeachment
Um processo que pode até ter como consequência o afastamento do presidente Alessandro Barcellos e dos demais integrantes do conselho de gestão de seus cargos foi deflagrado dentro do Conselho Deliberativo (CD) do Inter nos últimos dias. Por meio dele, um grupo de sete conselheiros “investigará” se houve “gestão temerária” por parte dos dirigentes devido à falta de transparência. Porém, há escassas chances de o processo prosperar.
Apesar de grande parte dos conselheiros, principalmente os ligados aos movimentos de oposição, considerar que, de fato, há falta de transparência por parte da gestão em alguns aspectos e que a administração financeira do clube é falha, com sucessivos aumentos da dívida, não há indícios de gestão temerária. Por isso, houve até algum constrangimento com a deflagração do processo. A mesa diretora do CD, inclusive, chegou a rejeitar um pedido similar feito há algumas semanas.
A comissão especial é composta por Alexandre Chaves Barcellos, André Miola, Bruno Becker Vanuzzi, Diogo Bier, Paulo Corazza, Pedro Luiz Bossle e Roberson Machado Soares. O grupo já estava formado para analisar o pedido por parte da gestão de lançar um plano de debêntures, que pretende buscar cerca de R$ 200 milhões em novos empréstimos tendo o Beira-Rio, além de outras receitas, como garantia.
O grupo também busca entender a destinação dada pela atual gestão aos recursos pagos pela Liga Forte União em 2023 ao Inter, um montante que chegou a R$ 109 milhões. Conforme prometido pela diretoria, a ideia era pagar dívidas e iniciar a construção do CT em Guaíba. A direção alega que utilizou os recursos para pagar as dívidas, mas o nível de endividamento do clube seguiu crescendo nos últimos anos, inclusive em 2023.
A comissão, que ganhou a nova função a partir de requerimento assinado por 154 conselheiros, tem prazo de 45 dias para analisar se houve gestão temerária. O primeiro passo dos trabalhos deverá ser notificar o presidente Alessandro Barcellos, abrindo um prazo para apresentação de defesa. Depois, o parecer segue para apreciação do plenário do Conselho Deliberativo, que pode até afastar a gestão, embora essa possibilidade seja remota.
A direção colorada, procurada pela reportagem, afirmou que se manifestará no processo no momento adequado.
Fonte: CP