Polícia da Venezuela ameaça Brasil em postagem com imagem de Lula

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A Polícia Nacional da Venezuela publicou uma montagem no Instagram com uma ameaça ao Brasil nesta quinta-feira (31). Na foto, há uma imagem borrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em frente à bandeira brasileira.

Além disso, há a frase: “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”, em tradução livre (‘El que se meta con Venezuela se seca’, do original em espanhol). Na postagem, que não faz menção direta ao presidente brasileiro, a Polícia Nacional Bolivariana, controlada pelo regime de Nicolás Maduro, diz que “não aceita chantagens de ninguém”.

“Nossa pátria é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagem de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer”, diz a instituição chavista na publicação feita pelo Instagram.

O recado marca um momento de distanciamento entre os dois países, após anos de relações amistosas entre o chavismo e as gestões de Lula e Dilma Rousseff (PT). A situação se deteriorou após a última eleição presidencial venezuelana, na qual Nicolás Maduro foi declarado vencedor em um processo repleto de denúncias de fraude.

Diante de reações da comunidade internacional, cresceu a pressão sobre o regime de Maduro. O governo brasileiro também não reconheceu a vitória e cobrou as atas das urnas, que até o momento não foram apresentadas pelas autoridades do país-vizinho.

Isso acontece após o governo venezuelano criticar o governo brasileiro após um “veto” à entrada do país nos Brics. Para que uma nação seja aceita como integrante — permanente ou não — do bloco, é necessário consenso entre os membros.

Nicolás Maduro, presidente venezuelano, já havia usado a expressão publicada pela polícia para se referir ao veto.

“Quem tentou calar ou vetar a Venezuela no passado se deu mal. Quem pretende vetar ou calar a Venezuela nunca conseguirá. A Venezuela não é vetada nem calada por ninguém, vão se dar mal”, exclamou Maduro.

Crise

Na quarta (30), Maduro anunciou a convocação do embaixador do país em Brasília (DF). Maduro exige explicações sobre o que considerou “declarações intervencionistas e grosseiras” do governo brasileiro, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.

Na diplomacia internacional, a convocação de um embaixador representa uma retaliação de um país a outro. No comunicado, o governo Maduro ataca o ex-ministro e atual assessor especial de Lula para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, que fez críticas recentes ao regime venezuelano.

“Amorim tem se comportando mais como um mensageiro do imperialismo norte-americano e se dedicado, de maneira impertinente, a emitir juízos de valor sobre processos que são responsabilidade exclusiva dos venezuelanos e de suas instituições democráticas”, diz o governo venezuelano.

Fonte: O Sul

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