Eduardo Bolsonaro se coloca como “plano B” para concorrer à Presidência em 2026
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) se colocou, nesta quarta-feira, como um “plano B” para representar a direita nas eleições presidenciais de 2026. Durante a Conferência Conservadora de Ação Política (CPAC), o parlamentar ressaltou que a primeira opção para concorrer é o seu pai, Jair Bolsonaro, que está inelegível após duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O plano A é Bolsonaro, posso ser o plano B”, disse o parlamentar, ao jornal “Folha de S. Paulo”.
Durante sua participação no CPAC, Eduardo Bolsonaro criticou a inelegibilidade do seu pai e criticou decisões da Justiça brasileira que condenaram políticos como o ex-deputado federal Daniel Silveira. Ele foi condenado a 8 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação.
Sua apresentação trouxe trechos de jornais, vídeos de Bolsonaro andando de jetski, no intuito de descredibilizar as denúncias contra seu grupo político. Ele dedicou parte de sua fala para fazer elogios ao presidente argentino, Javier Milei, quem caracterizou como o maior líder em exercício.
O parlamentar exibiu um cartaz com os rostos dos condenados nos ataques antidemocráticos do oito de janeiro e pediu “liberdade aos presos políticos”.
“Esses não são terroristas, elas apenas participaram de um ato que foi muito longe. Se assassinarem alguém no Brasil, nunca pegariam 17 anos de prisão. Alexandre de Moraes está destruindo vidas.”
Jair Bolsonaro, por sua vez, enviou uma mensagem de vídeo. Em gravação, Bolsonaro agradeceu o presidente Javier Milei por ter acolhido os foragidos do oito de janeiro. O ex-presidente não viajou porque está com seu passaporte retido mediante as investigações das joias que teria recebido no mandato e correlação com a trama golpista.
“O que passou no oito de janeiro não foi programado pela direita, mas pela esquerda e teve esse final. Temos pessoas presas no Brasil e muitos estão refugiados na Argentina… Então te agradeço pela recepção. São pessoas com suas famílias, mães, pais, avós, que estão no seu país. A dor desses condenados políticos é muito grande”, disse o ex-presidente.
Após os atos, brasileiros condenados cruzaram a fronteira e foram abrigados no país vizinho. Em outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) pediu a extradição dos foragidos. Antes de mencionar o oito de janeiro, Bolsonaro iniciou seu discurso elogiando o governo de seu aliado e traçando comparativos entre eles.
Segundo o ex-presidente, os dois se assemelham na “coragem” que tiveram ao selecionar os integrantes de seus primeiros escalões e nas medidas “difíceis” que tomaram.
“Te saúdo pelas medidas difíceis que tomou e que agora o povo vai entendendo. A desvalorização da moeda que teve que fazer e agora a Argentina é um país que se projeta para o mundo. Parabenizo pela coragem de montar uma boa equipe para mudar os rumos de seu país, tive que fazer algo parecido aqui: colocamos pessoas competentes e que poderiam mudar a nação”, afirmou Bolsonaro, pontuando momentos de dificuldade de sua gestão, à exemplo da pandemia da covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Fonte: O Sul