Fiscalização agropecuária do RS sofre baixa com saída de 23 servidores

A Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) faz um alerta sobre os impactos da redução do quadro dos servidores na defesa agropecuária do Estado. Segundo o vice-presidente da entidade, Giuliano Orlandi Suzin, pelo menos 23 fiscais foram aprovados em outros concursos públicos e deixarão a função na Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Das 55 vagas para profissionais com formação em medicina veterinária, 13 ou 23,6% devem ser ocupadas por servidores que exercem a função de fiscal estadual agropecuário na Seapi.
“Já estamos enfrentando uma defasagem, na realidade. Temos regionais, como na Serra, com alto número de estabelecimentos para inspeção estadual e nesses locais já enfrentamos defasagem de colegas, inclusive para concursos de outros estados”, afirma Suzin, complementando que até o ano passado não havia plano de carreira para os fiscais agropecuários.
No caso das 116 vagas para engenheiros agrônomos, pelo menos 10 ou 8,6% devem ser ocupadas por fiscais estaduais agropecuários da Seapi. Segundo Suzin, apesar do plano de carreira estruturado e a melhoria salarial não foram suficientes para sanar a defasagem de 70% nas remunerações.
“Desde 2014, são mais de dez anos sem reajuste da inflação”, desabafou, acrescentando que o serviço oficial prestado pelos fiscais agropecuários do Rio Grande do Sul é considerado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como um dos melhores do Brasil.
Sobre os 23 fiscais estaduais agropecuários que vão deixar a função, o vice-presidente da Afagro explica que são médicos veterinários e engenheiros agrônomos aprovados para o cargo de auditor fiscal federal agropecuário do Mapa. As nomeações do Concurso Nacional Unificado (CNU) devem ocorrer ainda em 2025.
Conforme Suzin, a Afagro tem um processo administrativo instaurado solicitando a realização de concurso público para a função.
“Como nosso serviço é essencial de fiscalização, de produto de origem vegetal e animal, de controle de pragas e doenças de rebanhos, ele não se insere na contratação emergencial de temporários”, detalha o presidente da Afagro, sobre o processo seletivo simplificado do governo Estadual de 2.052 servidores no Edital Nº 001/2024.
Conforme divulgado pela Afagro em dezembro do ano passado, no decorrer de 2024 os fiscais estaduais agropecuários do Rio Grande do Sul realizaram mais de 29,2 mil ações e fiscalizações na área animal e vegetal ao longo de 2024. Deste total, 25.152 concentraram-se na área animal. Já na área vegetal foram realizadas 4.091 atividades. A apuração foi realizada a partir de dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Fonte: CP