Após virar réu, Bolsonaro diz que acusações são “graves” e ‘infundadas”

Após se tornar réu em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma coletiva à jornalistas. Em longa manifestação, ele se defendeu das acusações que afirmou serem “graves” e “infundadas”. “Parece que é algo pessoal contra mim”, afirmou aos jornalistas.

Diferente da sessão de terça-feira, em que esteve sentado na primeira fileira do auditório do STF, Bolsonaro não compareceu nesta quarta-feira. Ele alegou que “pode estar sendo perseguido”. “Resolvi não ir porque sabia o que ia acontecer. Eu espero colocar um ponto final nisso. Parece que tem algo pessoal contra mim. As acusações são muito graves e infundadas. Tenho muitas novidades para vocês”, falou o ex-presidente remontando os fatos pós-eleição de 2022 até o 8 de janeiro.

Bolsonaro foi mais incisivo ao rebater as acusações feitas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do julgamento, afirmando que não compactuou com as manifestações contrárias à vitória de Lula nas eleições. “Alguns dias depois [da eleição], caminhoneiros começaram a obstruir vias. Eu fiz um vídeo para que parassem. Eles cumpriram esse pedido. Durante a transição, eu tive uma reunião com o futuro ministro da defesa, José Múcio. Foi atendido em tudo. Depois entrou em contato conosco e pediu que eu nomeasse os comandantes indicados pelo presidente eleito Lula da Silva. Foi o que eu fiz. Nomeamos os dois comandantes a pedido do presidente Lula. Se tivesse qualquer ideia de força, não deixaria nenhum dos comandantes do Lula assumir”, falou Bolsonaro, que também leu trechos de duas manifestações que fez em momentos distintos: uma dias depois do resultado das eleições e outra um dia antes de viajar para os EUA, no dia 30 de dezembro.

“Infelizmente não estão no inquérito do Alexandre de Moraes”, criticou o presidente, que continuou falando sobre o ministro e suas ações, e que estaria tentando achar algum jeito de acusá-lo.

Fonte: CP