Gre-Nal 447: Clássico coloca frente a frente ex-colegas Jaime Freitas e Roger

Nem só de numerar o clássico vive a aldeia da Província de São Pedro. Faz parte também da tradição do Rio Grande do Sul deixar marcada uma alcunha em algumas das edições da maior peleia futebolística do Estado. Nem sempre, é verdade, ela surge antes de a bola rolar. Um acontecimento, um personagem, um determinado lance ou até o placar surpreendente serve de motivo. Para o Gre-Nal 447 deste sábado, às 21h, na Arena, por ora, é o jogo de James Freitas.
A presença de um técnico emergencial na casamata azul ilustra como as duas equipes chegam para a partida. Um olhar mais amplo sugere até não somente um time, mas um clube mais organizado do que o outro.
Enquanto o Grêmio não tem sequer treinador, conversa com Mano Menezes e volta a pensar em Felipão para serem vozes realmente respeitadas no vestiário órfão de uma liderança de fato desde a saída de Renato, o lado vermelho tem o organograma do departamento de futebol melhor estruturado. Dos dirigentes executivos e políticos, passando por D´Alessandro até chegar em Roger Machado e sua comissão técnica. E é nesse ponto que reside a curiosidade reservada para o encontro válido pela 5ª rodada do Brasileirão.
Na verdade o quarto Gre-Nal do ano é também um reencontro. Isso porque estarão frente a frente mais do que rivais e adversários, vários amigos. Não faz muito tempo, em fevereiro de 2022, o Grêmio também tentava, assim como agora, refazer sua rota buscando Roger para o lugar de Vágner Mancini. O técnico voltava junto do seu braço direito Roberto Ribas e do segundo auxiliar, justamente James Freitas, além de Paulo Paixão.
James e Roger já foram colegas
A amizade entre eles, porém, começou antes. James e Roger foram colegas no mesmo Grêmio, mas em 2015 quando Rogério Dias também despontava na preparação física tricolor. Depois trabalharam juntos no Palmeiras e no Fluminense. Roger conhece como James pensa futebol, como Rogerinho prepara os jogadores e como todos os analistas do CT Luiz Carvalho alimentam de informações o técnico antes de jogos desse porte.
A recíproca é verdadeira. James é ciente dos conceitos táticos de Roger e Ribas. Rogerinho, bem mais novo, foi uma espécie de aluno do experiente Paixão.
Mais do que tudo isso, todos eles conhecem a aldeia. A perda colorada de uma invencibilidade de 17 jogos dentro do Beira-Rio para o Palmeiras, a pressão da zona do rebaixamento após três derrotas gremistas seguidas, a última vexatória para o Mirassol e até a alcunha de véspera podem se esvair com o tempo, dependendo do que dirá o enredo do jogo.
Uma coisa, no entanto, é certa. No comando das duas equipes estão profissionais que sabem o que significa o clássico Gre-Nal e o comportamento que ele exige. Nesse caso, as amizades são convidadas a se retirar.

Fonte: CP