Collor cumpre prisão domiciliar em cobertura de 600 metros quadrados na orla de Maceió; imóvel está avaliado em R$ 9 milhões

O ex-presidente da República Fernando Collor, preso no dia 24 de abril, deixou o presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió (AL), na noite de quinta-feira (1º). O político foi autorizado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes a cumprir a pena em casa, com o uso de tornozeleira eletrônica, depois de parecer favorável do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A prisão domiciliar foi pedida pela defesa do ex-presidente sob a justificativa de problemas de saúde crônicos, como apneia do sono, Mal de Parkinson e transtorno afetivo bipolar, além de sua idade avançada (75 anos).
Alvo de um impeachment em 1992, Collor está cumprindo a pena em uma cobertura de um edifício de seis andares na orla da capital alagoana, na praia de Ponta Verde. Avaliado em R$ 9 milhões, o imóvel tem 600 metros quadrados, segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo.
A Justiça do Trabalho determinou a penhora do apartamento para o pagamento de uma dívida trabalhista de mais de R$ 260 mil com um ex-funcionário de uma empresa da qual Collor é sócio.
O ex-senador teve o seu passaporte suspenso e está proibido de receber visitas, a não ser de seus advogados, equipe médica, familiares e pessoas previamente autorizadas pelo STF. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, que era subsidiária da Petrobras. O processo teve origem na Operação Lava-Jato.
“Embora o réu Fernando Affonso Collor de Mello tenha sido condenado à pena de total de oito anos e dez meses de reclusão e 90 dias-multa, em regime fechado, a sua grave situação de saúde, amplamente comprovada nos autos, sua idade – 75 anos – e a necessidade de tratamento específico admitem a concessão de prisão domiciliar humanitária”, afirmou Moraes na decisão.