Governo federal pretende comprar arroz excedente do RS

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, anunciou que o governo federal pretende comprar o excedente de produção dos arrozeiros – principalmente os do Rio Grande do Sul. O anúncio ocorreu em reunião da Conab com representantes do setor, na sede da estatal, no final da tarde desta quarta-feira, 11.
De acordo com Pretto, ainda falta definir qual será o melhor mecanismo para efetivar a ajuda aos produtores, que têm se queixado da constante queda nos preços da saca de 50 kg.
Para Pretto, o socorro que está sendo detalhado também servirá como estímulo aos orizicultores para continuarem ampliando a área de plantio.
“Estamos empenhados em reduzir o excedente e realizar a compra, dentro de nossas possibilidades, para formar esses estoques. Queremos garantir renda ao produtor e preços justos para o consumidor. Estamos por detalhes”, afirmou o presidente da Conab.
O objetivo do governo é conter os impactos da queda nos preços pagos aos produtores. Hoje, a saca de 50 kg de arroz em casca é vendida, em média, por R$ 68,84 no Estado – valor apenas um pouco acima do preço mínimo estabelecido pela Conab, de R$ 63,64 a saca. Com margens apertadas, produtores enfrentam dificuldades financeiras.
Segundo Pretto, as ações serão decididas em conjunto com o setor e têm como objetivo garantir um equilíbrio no mercado, levando em conta não só a rentabilidade e a previsibilidade para o produtor de arroz, mas também a acessibilidade dos preços do grão para a população. A Conab será a responsável pela execução das compras.
“Já conseguimos baixar o preço nos supermercados e, agora, queremos também garantir a renda do produtor e continuar incentivando a produção do cereal. Nosso principal interesse é um equilíbrio no mercado, sem volatilidade nos preços”, afirmou Pretto.
Contratos de opção
A companhia já havia lançado o Contrato de Opção de Venda (COV) para 500 mil toneladas de arroz no final de 2024, e a expectativa é de que sejam adquiridas 91,7 mil toneladas até o mês de agosto de 2025, com preço de exercício de R$ 86,03 para julho e de R$ 87,62 para agosto.
Segundo a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, o governo federal está empenhado em encontrar soluções até o lançamento do Plano Safra, previsto para o final de junho.
“Estamos estudando o melhor desenho para resolver essa questão, e o processo de conversas que iniciamos aqui hoje é para construir o instrumento que será utilizado para esse fim. Acreditamos que, rapidamente, teremos uma resposta para o setor”, disse Machiaveli.
Avaliação dos arrozeiros
Renato Franzener, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), elogiou a iniciativa da Conab em receber o setor para escutar as dificuldades.
“Nós, da Abiarroz, queremos agradecer, em nome do Edegar e da Fernanda Machiaveli, aos membros do governo envolvidos por nos receberem. A Abiarroz defende que a cadeia produtiva deve ser sustentável e, neste momento, devido à grande produção da safra de 2025, a saca de arroz está com um preço muito baixo”, disse Franzener.
Denis Nunes, futuro presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), saiu satisfeito do encontro.
“Neste momento, achamos que era de bom tom virmos conversar com o governo para encontrar uma saída em conjunto. Fomos bem recebidos, com a promessa de buscarmos essa solução juntos”, disse Nunes.
Fonte: CP