Dênis Abrahão: ‘Temos a nossa SAF pronta que são as categorias de base’

Carlos Corrêa / Interino

De todos os pré-candidatos à presidência do Grêmio este ano, o mais conhecido dos torcedores é Dênis Abrahão. Dirigente do clube há décadas, já viveu de tudo um pouco no clube, seja na alta, seja na baixa. Agora, busca o cargo mais alto do Tricolor e mostra convicção que tem base política suficiente para ir para o pátio. E aí conta com o torcedor. Na sexta-feira, o dirigente conversou com a coluna. Abaixo, os principais temas do bate-papo.

MOTIVAÇÃO

‘Essa motivação é muito antiga. Já tinha sido convidado pelo Koff e pelo Cacalo, mas naqueles momentos não tinha condição, tinha compromissos profissionais fora do Estado, era muito difícil. Em 2021, quando assumi o futebol, foi no intuito de manter na primeira divisão e futuramente me candidatar. Naquele momento eu já podia. Mas por uma série de situações que vocês já conhecem, não foi possível. A ideia agora partiu de uma confraria de conselheiros amigos que virou um grupo político, a CIA (Conselheiros Independentes Associados). Acredito que o torcedor vai me dar essa chance. Ele nos conhece, nunca mentimos, sempre apresentamos trabalho, com sucesso na maioria das vezes. Só caímos para a Série B porque fui convocado tardiamente. Se pudesse ter trabalhado com os técnicos que eu queria, o Felipão ou o Roger Machado, o Grêmio não cairia naquele ano.’

CAMPANHA POLÍTICA

‘Não vou brigar com ninguém. A história do Grêmio não permite esse tipo de situação. Temos que debater ideias, discutir a forma de gestão, a governança. São parâmetros de que não abro mão. Se for eleito, o Grêmio vai trabalhar com uma governança verdadeira, não vai ser para inglês ver. Meu departamento de futebol tem gente experiente, do ramo da bola. Não tem aventureiro que chegou ontem, é gente cascuda que eu já contatei. Já temos definido Conselho de Administração, vice de futebol, diretor executivo, coordenador técnico e responsável pela base.’

Não vou brigar com ninguém. A história do Grêmio não permite esse tipo de situação. Temos que debater ideias, discutir a forma de gestão, a governança. São parâmetros de que não abro mão.

CHANCES DE VITÓRIA

‘Não tenho qualquer dúvida de que vou chegar ao pátio. Vai ser um boom na hora que eu citar alguns nomes envolvidos no nosso projeto. Temos um plano de trabalho que está sendo trabalhado com muita maestria.’

COMO FAZER O GRÊMIO LUCRAR MAIS

‘O dinheiro está dentro do Grêmio. Temos a nossa SAF pronta que são as categorias de base. Vamos transformar a base do Grêmio em uma produção de talentos, essa vai ser a nossa verdadeira SAF. Já fizemos isso em 1994, 1995, 1996. Houve uma época em que 40% dos clubes de primeira linha do futebol brasileiro tinham um goleiro formado no Grêmio. Vamos investir pesado na base. E acreditamos também em um marketing direto, positivo, muito forte e que vai alavancar receitas de onde não tiramos. Acreditamos muito no verdadeiro torcedor gremista, temos que ir na direção dele, está sendo judiado. Vamos até as últimas consequências para dar aquilo que ele merecer ter. O torcedor tem que ser tratado como uma joia’.

APOIO POLÍTICO

‘Conversei com muita gente até por uma questão de respeito. Falei com todos os ex-presidentes, até porque o Grêmio não estaria onde está se não fosse eles. Não fui pedir apoio, mas a receptividade foi estupenda. Tiver o privilégio de falar com o Rafael Bandeira dos Santos, com o (Flávio) Obino, o (José Alberto) Guerreiro é meu amigo, o Romildo (Bolzan) é meu amigo para mais de 50 anos. Paulo Odone eu tive uma tarde conversando longamente. Não abri mão de conversar com um dos maiores, que foi Raul Régis de Freitas Lima. Também conversei com o presidente (Alberto) Guerra. Todos acham que tenho muita experiência, trabalhei em quase tudo: vice de futebol, conselho de administração, vice-presidente, fui vice da Federação Gaúcha de Futebol, tenho uma história no futebol. Me sinto em totais condições de dirigir o clube que eu amo. Mas não quero constranger ninguém, pelo contrário, fui conversar com todos esses para aprender’.

ARENA

‘Não vou fazer promessas de que o Grêmio vai comprar a Arena na minha gestão, mas vamos aproximar e buscar alternativas. Temos uma equipe trabalhando neste assunto, que é prioritário, assim como a base, o futebol e o marketing. São as áreas fundamentais que terão um carinho muito grande. Sobre a Arena, é difícil a compra. O problema não é dinheiro, mas sim o número de proprietários. Ainda não temos uma posição definitiva. Em uma ou duas semanas, teremos condições de falar tecnicamente, porque minha comissão está fazendo um estudo aprofundado sobre a compra’.

Não vou fazer promessas de que o Grêmio vai comprar a Arena na minha gestão, mas vamos aproximar e buscar alternativas. Sobre a Arena, é difícil a compra. O problema não é dinheiro, mas sim o número de proprietários

SAF

‘Sou peremptoriamente contra. O Grêmio é do seu torcedor, não vamos lotear o Grêmio. Não vamos precisar de dinheiro, vamos fabricar dinheiro dentro do Grêmio com nossa categoria de base.’

MECENAS

‘Acho que é legítimo. Todos os candidatos são grandes gremistas, mas é um momento diferente. Imagina se eu fosse botar dinheiro. Ia tirar de onde? Mas uma coisa eu garanto: conhecer o Grêmio eu conheço, principalmente os candidatos. Respeito e admiro todos. Vamos ter um debate de ideias muito forte, o clube se oxigena com isso. Não vou chegar com terra arrasada se ganhar. O que for bom eu vou manter.’

Pelo Grêmio eu vou à luta sempre. E se não ganhar a eleição, no dia seguinte estou apoiando o vencedor, seja ele quem for. Não torço para homem, torço para o Grêmio

RELAÇÃO COM A IMPRENSA

‘Tenho que ter respeito com o torcedor. E o interlocutor nesse processo é a imprensa. Se eu faltar com respeito com vocês, estou faltando com a torcida, porque é um canal de comunicação com a torcida e isso é fundamental, ele que manda no clube, ele que é a razão.’

PARTICIPAÇÃO NO REBAIXAMENTO EM 2021

‘Vim agora do supermercado e parei quatro vezes para tirar fotografia. O torcedor veio me dizer que sou o candidato dele. Não acho que seja uma mancha, pelo contrário. Isso prova o amor que tenho pelo Grêmio, na adversidade é que o verdadeiro gremista tem que dar a cara. Na hora do Maracanã lotado, tem muita gente, quando perde tem pouco. Fui na hora que me chamaram e sou muito orgulhoso de tudo que fiz pelo Grêmio. Pelo Grêmio eu vou à luta sempre. E se não ganhar a eleição, no dia seguinte estou apoiando o vencedor, seja ele quem for. Não torço para homem, torço para o Grêmio’.

Fonte: CP

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