Para fechar as contas, Inter aposta na venda de jovens promessas

Desde os tempos de Nilmar, Rafael Sobis e Alisson, o Inter aprendeu que formar jogadores em casa não é apenas questão de identidade, mas também de sobrevivência financeira. Em diversos momentos da história, a venda de jovens talentos oriundos do Celeiro de Ases foi decisiva para o crescimento do clube. Em 2024, por exemplo, o Colorado conseguiu escapar de um déficit ainda maior graças à negociação de Gabriel Carvalho, então com 17 anos, para o Al Qadsiah Club, da Arábia Saudita — negócio que pode render até 22 milhões de dólares. Agora, a lógica se repete, com a expectativa centralizada sobre três promessas: Gustavo Prado, Ricardo Mathias e Victor Gabriel.
Com um orçamento que prevê arrecadar R$ 160 milhões com transferências de atletas, o Inter se vê novamente obrigado a recorrer ao talento de seus jovens para manter as contas em dia. Até agora, pouco mais de R$ 30 milhões foram obtidos com as vendas de Wanderson e Rômulo, o que deixa o clube ainda longe da meta da temporada.
Gustavo Prado, que completou 20 anos neste mês, é um dos nomes que mais despertam atenção. Técnico e com boa leitura de jogo, se firmou como uma das principais opções no meio-campo nesta temporada. Formado no clube, ele representa uma chance de boa valorização com custo praticamente nulo. Além disso, não é titular. Ou seja, não mexeria na formação base de Roger Machado.
Outro que vive momento de ascensão é Ricardo Mathias, de apenas 18 anos. Com faro de gol, o centroavante já marcou dois gols decisivos neste ano e se firmou como alternativa imediata a Enner Valencia e Rafael Borré. Não por acaso, seu nome já circula há tempos em relatórios de observadores de clubes europeus. Internamente, é visto como o principal potencial de venda do atual elenco, podendo até superar Gabriel Carvalho.
Victor Gabriel, por sua vez, pertence ao Sport e está emprestado ao Inter até o fim do ano. Aos 21 anos, transformou-se em titular na emergência, quando não haviam outras alternativas para formar a zaga. Agora, a sua permanência depende de um investimento de R$ 3 milhões, valor que está fixado no acordo entre os dois clubes. A decisão sobre comprá-lo já foi tomada, mas como há prazo para o negócio foi efetivado, os dirigentes colorados trabalham sem pressa. De acordo com informação de bastidores, ele é o jogador mais observado do elenco.
A direção colorada sabe que, no cenário atual, a venda de jovens representa o caminho mais viável para equilibrar as finanças sem comprometer tanto o desempenho esportivo imediato. Com um elenco numeroso e uma folha salarial elevada, o clube precisa encontrar receitas extraordinárias — e os garotos da base, mais uma vez, podem ser a solução. A venda dos jovens, inclusive, ajudará a fazer as contratações que o time precisa.
Fonte: CP