Preço de hortaliças tem alta de 111,9% em média no RS

A combinação de chuvas intensas, frio e menor incidência de luz solar nas últimas semanas no Rio Grande do Sul reduziu significativamente a oferta de verduras folhosas e brássicas. Os reflexos do clima na agricultura gaúcha impactaram tanto os produtores rurais quanto o bolso dos consumidores. De acordo com levantamento das Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), no período de 5 de junho a 7 de julho, o molho do agrião passou de R$ 1,00 para R$ 2,50 (150%), a unidade da alface crespa alterou de R$ 1,00 para R$ 2,92 (191,67%), a unidade do brócolis de R$ 2,92 para R$ 4,17 (42,86%), o molho da couve R$ 1,25 para R$ 2,50 (100%) e o molho de espinafre de R$ 1,67 para R$ 2,92 (75%).
“Foi um período de bastante chuva e frio intenso”, destacou o engenheiro agrônomo e gerente técnico da Ceasa/RS, Léo Omar Duarte Marques, ao alertar que, apesar do clima adverso para as folhosas e as brássicas, não houve desabastecimento. “Estávamos até com uma super oferta (os produtores) e os preços estavam bem baixos”, pontuou, antes das chuvas.
“É importante destacar que folhosas aqui dentro (Ceasa/RS) são provenientes de produtores gaúchos. Principalmente da região do Vale do Caí e Metropolitana”, afirmou. Segundo Marques, os municípios de Viamão e a região de Itapuã se caracterizam por serem planos, de várzea e o solo tem problema de drenagem e erosão, o que causa danos diretos às folhosas. “O alface, por exemplo, é uma cultura muito sensível. Aumenta também a ocorrência de doenças fúngicas”, afirmou.
Conforme o coordenador Técnico da Olericultura da Emater/RS-Ascar, Gervásio Paulus, na lista de fatores que causaram problemas nas folhosas e também nas brássicas, nos últimos dias, soma-se a baixa luminosidade para as plantas desde junho.
“Dias nublados, com bastante serração também prejudicam o crescimento das plantas”, explicou. Paulus disse que o tempo adverso também provocou atraso no plantio das mudas de cebolas e alho. “Que são culturas de inverno”, lembrou.
O coordenador observou que, caso sejam confirmadas as previsões climáticas para os próximos dias, o Rio Grande do Sul deverá ter pouca chuva e maior incidência de sol. “Uma vantagem para as folhosas, pois são (culturas) de ciclo curto, entre 35, 40 dias”, explicou, acrescentando que nem sempre o frio é uma condição que traz desvantagem. “Nessa época, é muito bom para as plantas de várias espécies entrarem em dormência. Caso da maçã, da pereira, da ameixa e da uva”, finalizou.
Fonte: CP