Partido Liberal expulsa deputado que elogiou o ministro Alexandre de Moraes e criticou Donald Trump

O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, anunciou nesta quinta-feira a expulsão do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) da legenda. De acordo com o dirigente partidário, a decisão foi tomada após o parlamentar criticar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“A pressão da nossa bancada foi muito grande. Nossos parlamentares entendem que atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho”, disse Valdemar por meio de nota.
Antonio Carlos Rodrigues classificou como “absurda” a aplicação, pelo governo de Trump, da Lei Magnitsky, mecanismo que permite sanções a autoridades estrangeiras, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
“É o maior absurdo que já vi na minha vida política. O Alexandre é um dos maiores juristas do país, extremamente competente. Trump tem que cuidar dos Estados Unidos. Não se meter com o Brasil como está se metendo”, disse em entrevista ao Metrópoles.
Não é a primeira vez que o deputado vai na direção oposta aos comportamentos dos parlamentares bolsonaristas do PL. Diferente da maioria de seus colegas de partido, ele votou contra o marco temporal das terras indígenas, foi um dos poucos deputados do partido a não assinar o pedido de urgência da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro e votou a favor de iniciativas de interesse do governo, como o arcabouço fiscal.
Na semana passada, o deputado também criticou os colegas do PL por tentarem cancelar o recesso para votar a anistia ao 8 de janeiro e propostas para limitar o poder do STF. Ele classificou parte da bancada do partido mais ligada ao bolsonarismo como “deputados de internet”.
“Isso [fazer sessão durante o recesso] é um absurdo. Como derrubo uma agenda com o prefeito de São Paulo? Não é assim, a gente tem uma programação. Dá para fazer por videoconferência, mas ir a Brasília é para deputado da internet. Deputado que trabalha não pode ir a Brasília a qualquer momento”, disse.
O parlamentar era um dos quadros tradicionais do partido e é mais ligado ao Centrão. Ele já era filiado à legenda antes do embarque do ex-presidente Jair Bolsonaro na sigla, em 2022.
Antonio Carlos já foi ministro dos Transportes no governo da ex-presidente Dilma Rousseff de 2015 a 2016 e foi suplente da petista Marta Suplicy no Senado. O deputado era considerado um dos nomes de confiança de Valdemar Costa Neto e chegou a presidir nacionalmente a legenda de 2016 a 2018, período em que Valdemar estava recluso por conta do desgaste sofrido com sua condenação pelo caso do Mensalão.
Fonte: O Sul