Média de chuvas deve aumentar 25% na Região Sul até 2100

Em um prazo de 75 anos, a média de precipitações pluviométricas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil deverá aumentar 25% até 2100. A previsão foi apresentada pela cientista Thelma Krug, no quinto encontro do ciclo Debates pelo Clima, promovido pela Embrapa na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), em Porto Alegre, no final da manhã desta quarta-feira, 6.

Thelma salientou que “a rapidez com que vemos a mudança (climática) acontecer está assustando os cientistas”, assegurando que a continuidade de inundações no Estado “é uma preocupação séria na região Sul”.

Pesquisadora aposentada do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Thelma coordena o Conselho Científico sobre o Clima, grupo técnico que vai assessorar a presidência da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), além de presidir o Comitê Diretor do Sistema de Observação Global do Clima. A cientista foi membro do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) por mais de 20 anos, onde ocupou a vice-presidência de 2015 a 2023.

Documento para COP30

O ciclo de debates da Embrapa percorre os biomas em preparação para a COP30. Na capital gaúcha, as explanações tiveram como foco o Pampa e a Mata Atlântica. Outros dois encontros devem ocorrer até outubro, em Fortaleza (CE) e São Paulo (SP). Os resultados das apresentações, mesas-redondas e debates serão reunidos em documento a ser entregue à organização da conferência mundial.

A presidente da Embrapa afirmou que a discussão estimulada pelo ciclo Diálogos pelo Clima não se resume à produção de alimentos, embora um dos objetivos seja demonstrar que o Brasil é uma potência agropecuária mundial.

“Podemos aumentar nossa produção e produtividade agrícola sem derrubar uma única árvore, apenas recuperando áreas degradadas”, disse Silvia Massruhá.

Ao encerrar o conjunto de manifestações, Thelma fez uma referência emocionada ao cavalo Caramelo. O animal foi resgatado do telhado de um galpão, no bairro Mathias Velho, em Canoas, durante as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024. Thelma revelou que as imagens do eqüino ilhado sobre a construção e da operação de salvamento lhe provocaram lágrimas.

“O cavalinho Caramelo é um símbolo de resiliência. Toda nossa fauna está ameaçada” disse Thelma.

Além de Thelma e Silvia, houve pronunciamentos do presidente da Assembleia Legislativa, Pepe Vargas (PT), do presidente da Emater-RS/Ascar, Luciano Schwerz, da secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Simone Stülp, do secretário ajunto de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, do superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Estado, Milton Bernardes, do superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária, José Cleber Dias de Souza e do assessor do Ministério da Pesca e Aquicultura, Márcio Sfoglia. Na platéia, um público não menos qualificado, reunindo pesquisadores da Embrapa e representantes de entidades de representação do agronegócio gaúcho.

Fonte: CP

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