Em crise, Inter reduz custos com o futebol no primeiro semestre
Em um ritmo mais lento do que seria recomendável para um clube tão endividado, o Inter começa a reduzir sua folha de pagamentos no futebol. Considerando os seis primeiros meses do ano, a economia em 2025, em comparação com a temporada anterior, foi de R$ 1,3 milhão por mês. A redução deve se acelerar até o fim do ano, já que o clube fez apenas três contratações na última janela de transferências, mas dispensou dez jogadores.
A economia é necessária. No orçamento de 2025, aprovado pelo Conselho Deliberativo, a projeção de gastos com a folha do futebol para todo o ano foi de R$ 229,8 milhões, dos quais R$ 123,2 milhões já foram consumidos no primeiro semestre. Ou seja, restam apenas R$ 106,5 milhões para cumprir os compromissos dos últimos seis meses.
Desde o início da gestão de Alessandro Barcellos, o custo do futebol — índice divulgado pelo próprio clube, que leva em consideração todos os gastos com pessoal ligados ao departamento, mas não inclui investimentos em logística ou a compra e aluguel de direitos de jogadores — aumentou substancialmente. O recorde foi registrado no ano passado, quando o Inter investiu pesado na contratação de atletas mais caros, como Borré, Thiago Maia, Fernando e Lucas Alário, o que elevou a folha de pagamentos.
Os resultados, no entanto, não vieram, deixando um rombo no caixa do clube. Em 2024, o futebol colorado custou R$ 404,4 milhões, bem acima dos R$ 287,5 milhões da temporada anterior — um aumento de 39% em apenas um ano.
O Inter vive uma situação financeira delicada, com uma dívida que se aproxima de R$ 1 bilhão e consome aproximadamente R$ 80 milhões anuais apenas em juros. Nos primeiros seis meses deste ano, o déficit nas contas foi de R$ 27 milhões. Apesar de preocupante, o valor é bem inferior ao registrado no mesmo período de 2024, quando o déficit chegou a R$ 120 milhões. A expectativa é de que, com o aumento das receitas no segundo semestre, o clube consiga fechar o ano com equilíbrio nas contas. A expectativa, inclusive, é de superávit.
Fonte: CP
