Mesmo com recorde de público, Expointer 2025 teve retração de 45% nos negócios

Sem a presença do governador Eduardo Leite, os números da Expointer 2025 foram apresentados na tarde deste domingo, último dia da feira, em Esteio. O balanço aponta que, apesar do recorde histórico de público, com quase 1 milhão de visitantes, a 48ª edição do evento sofreu com uma retração de cerca de 45,5% em negócios gerados se comparada com a edição de 2024.
Os números foram puxados para baixo pela queda brusca de mais de 50% nas vendas de máquinas agrícolas. Ao todo, a Expointer 2025 registrou R$ 4,4 bilhões em vendas. A edição do ano passado teve R$ 8,1 bilhões em negócios firmados. De acordo com o governo do Estado, os únicos indicadores com aumento nas vendas foram a Agricultura Familiar, com R$ 13,6 milhões (R$ 2,8 milhões a mais que em 2024), e Artesanato, com R$ 2 milhões (R$ 450 mil a mais).
De acordo com o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Edivilson Brum, a previsão da pasta já era de uma baixa acentuada nos negócios firmados e vendas feitas na Expointer 2025 em função das dificuldades financeiras vivenciadas pelos produtores rurais gaúchos. Para ele, os anúncios feitos pelo governo federal são bons, mas ficam aquém do que o setor necessita, refletindo nos números baixos nesta edição da feira.
“Os produtores rurais gaúchos já estavam descapitalizados, por conta do endividamento. Sempre deixamos bem claro, junto com todas as entidades, que o endividamento agrícola, ocasionado especialmente pelos efeitos climáticos, que fizeram com que os produtores não colhessem aquilo que se esperava, o resultado seria esse estampado”, afirmou.
Já o secretário estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Vilson Covatti, destacou os números registrados no Pavilhão da Agricultura Familiar. Para ele, quando há estímulo governamental para determinado setor, o resultado aparece. “É o governo que mais investiu na agricultura familiar. Ela vai ser um dos principais elementos de virada de chave da crise”, apontou Covatti.
Fonte: O Sul