Direita formaliza bloco de oposição à Eduardo Leite na Assembleia do RS
Deputados estaduais formalizarão nesta terça-feira um bloco de oposição à direita ao governo Eduardo Leite (PSD) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O partido Novo, Podemos e parte das bancadas de PL e Republicanos passarão a atuar como bloco partidário de oposição à gestão estadual. O Parlamento gaúcho já conta com um bloco de oposição à esquerda, formado por PT, PCdoB e PSol.
Até o momento, concordaram em se juntar ao grupo os deputados Felipe Camozzato (Novo), que será o líder do bloco; Capitão Martim (Republicanos), vice-líder; Delegado Zucco (Republicanos), Gustavo Victorino (Republicanos), Cláudio Branchieri (Podemos), Paparico Bacchi (PL) e Kelly Moraes (PL).
São mais sete deputados que atuarão formalmente como oposição ao governador gaúcho. Somados aos 14 do bloco de oposição à esquerda, agora são 21 parlamentares que oficialmente se opõem a Leite, de um total de 55.
Republicanos e PL se dividiram. No primeiro, a situação não é novidade. Desde o início da legislatura, dois deputados se identificam como governistas e contam com cargos no Palácio Piratini, enquanto os outros três, que participam do bloco, são oposição a Leite. Já o PL era, na prática, oposição, sob liderança do deputado Rodrigo Lorenzoni, que migrou para o PP. Também com cargos no Executivo, metade dos quatro parlamentares do partido decidiu não se juntar ao grupo.
Dos quatro partidos que têm pelo menos parte de sua bancada integrando o bloco, dois possuem pastas no Palácio Piratini: Ronaldo Santini (Podemos) comanda a Secretaria de Turismo, enquanto Carlos Gomes (Republicanos) chefia a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária.
O objetivo do grupo é atuar de forma mais articulada como bloco contrário à agenda política de Eduardo Leite, mas de forma separada da oposição à esquerda no Legislativo. “Tem o bloco de oposição à esquerda, que defende retrocesso, tem o bloco de oposição ao Rio Grande do Sul (aliados ao governo), então tem que ter um bloco que defende os gaúchos”, ironizou Camozzato, que estará à frente do grupo.
“A ideia do bloco é poder atuar em conjunto em pautas específicas e dando recado à população que existe grupo parlamentares pensando em pauta de Estado. A formação do bloco tem gente que votou com o governo, que esteve no governo, mas que entendeu que, no segundo mandato do Eduardo Leite, o governo virou uma plataforma eleitoral e palanque político. No segundo mandato, torrou todo o dinheiro (de privatizações e reformas estruturais) e ficamos num comodismo absoluto, perdendo cidadãos, investimentos e sem nenhuma sinalização ao desenvolvimento econômico. Pelo contrário, tivemos mais debilidade”, criticou Camozzato.
O bloco também antecipa movimentos para as eleições de 2026. PL e Novo, por exemplo, já oficializaram uma aliança com, inclusive, pré-candidaturas ao governo gaúcho e ao Senado Federal. Podemos e Republicanos ainda não definiram posicionamento para o pleito do ano que vem.
“O objetivo é unificar o nosso discurso e começar a pautar aquilo que nosso grupo defenderá para as eleições de 2026. Basicamente é isso, além de acompanhar os assuntos semanais que chegam à Assembleia Legislativa, para tomarmos posições coletivas em relação aos projetos”, afirmou Parico.
Fonte: CP