Advogados de Bolsonaro e dos outros condenados por tentativa de golpe de Estado avaliam recursos no Supremo

Com a definição das penas pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais condenados pela tentativa de golpe de Estado analisam os caminhos possíveis para tentar reverter a decisão.

Ainda há margem para apresentação de recursos antes do chamado trânsito em julgado, etapa em que o processo se torna definitivo. O instrumento mais imediato são os embargos de declaração.

Embora raramente mudem o resultado de um julgamento, eles permitem apontar eventuais contradições, omissões ou obscuridades nos votos dos ministros. Na prática, costumam ser rejeitados pelo STF e são frequentemente interpretados como manobras para protelar o fim da ação penal.

Outra alternativa em estudo é recorrer a instâncias internacionais. Advogados avaliam levar o caso a Cortes externas, como a Interamericana de Direitos Humanos, sob alegação de violações a garantias fundamentais e ao devido processo legal. Nesse cenário, a condenação não seria suspensa, mas o Brasil poderia ser alvo de responsabilização em organismos multilaterais.

Já os embargos infringentes – recurso que permitiria um novo julgamento em hipóteses específicas – não se aplicam a essa ação penal. Esse tipo de medida só pode ser usado quando há divergência significativa entre os ministros, com pelo menos dois votos favoráveis à absolvição, o que não ocorreu no processo contra Bolsonaro e os demais réus.

Enquanto definem a estratégia, os defensores do ex-presidente também cogitam insistir na manutenção da prisão domiciliar em caso de execução da pena. A avaliação é de que, diante da condição de ex-presidente e do impacto político da condenação, a medida seria mais adequada do que o cumprimento imediato em regime fechado. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.

Fonte: O Sul

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