Mesmo sem um texto acordado, PL aposta em tramitação rápida da proposta de anistia no Congresso

A bancada do PL (Partido Liberal) quer acelerar nos próximos dias as negociações para uma tramitação rápida do projeto que concede anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
A oposição mira a “janela de oportunidade” criada após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aposta no reforço das articulações com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O cronograma rápido idealizado pela bancada da oposição almeja avançar na tramitação do texto já nesta semana. O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), quer pressionar pela análise da urgência nesta quarta-feira (17) — e até mesmo o mérito, se a estimativa de votos indicar um cenário favorável para a aprovação no mesmo dia.
O texto, no entanto, ainda não foi consensuado. O grupo defende uma anistia ampla, geral e irrestrita que beneficie Bolsonaro. Uma versão mais “light” da proposta também está em negociação, em especial por integrantes do Centrão e entre senadores.
Para garantir o avanço da proposta, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, visa consolidar o apoio de siglas de centro. O partido busca manter alianças com o PP e o União Brasil, além de atrair o PSD e o Republicanos para garantir apoio suficiente no Congresso.
No sábado (13), durante evento em Itu (SP), Valdemar recebeu um aceno positivo e público de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e secretário estadual de Governo e Relações Institucionais de São Paulo.
A abrangência da anistia é o que tem travado um acordo para o texto. Além disso, a proposta depende do aval do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar o texto. O tema deve ser debatido na próxima reunião de líderes da Casa, quando a oposição deve pressionar pela votação.
Parte dos líderes da Câmara vê um cenário mais propício para a proposta após o desembarque do governo anunciado por União Brasil e PP, além da atuação direta de Tarcísio de Freitas.
Em outra frente, a base governista se mobiliza para barrar o texto e já projeta cenários de uma possível votação, além de estratégias de retaliações.
Fonte: O Sul