Sob clima tenso, Inter quer selar pacto com torcida para evitar Z4

Acuado pela crise e assustado com a possibilidade cada vez mais real de rebaixamento, o Inter quer e busca a paz. A ideia é selar um pacto de cooperação com a torcida, para que apoie o time colorado nos 13 jogos que lhe restam, principalmente naqueles dentro do Beira-Rio, começando neste sábado, contra o Botafogo, até o final do Campeonato Brasileiro.
Afinal, parece claro que, sozinhos, jogadores e comissão técnica não terão forças para escapar do pior destino possível.
Após o empate por 1 a 1 com o Corinthians, na quarta-feira à noite, quando o Inter marcou apenas aos 54 minutos do segundo tempo com um gol de pênalti controverso, assinalado após análise do VAR, todos os que falaram em nome do clube pediram apoio da torcida, inclusive o técnico Ramón Díaz e seu filho e auxiliar, Emiliano.
“A pressão sempre vai existir, pois sabemos da situação do clube. O único caminho para sair dessa situação é estarmos todos juntos, sobretudo a torcida. Precisamos de apoio, precisamos que eles estejam junto conosco. Se der errado, podem nos cobrar, mas hoje precisamos deles. O time sentiu, pois é um golpe muito forte. Mas, para jogar em time grande, é preciso ter coragem”, disse Emiliano.
O agora diretor esportivo D’Alessandro, que fala com a autoridade de quem vestiu a camisa colorada por mais de uma década em momentos de glória e outros muito complicados, foi ainda mais longe. Ele pediu a palavra após a entrevista de Ramón e Emiliano e disse que a torcida tem razão nas cobranças, mas pediu uma trégua.
“O momento é difícil e requer muita força mental por parte do time e do torcedor. Sei que já pedi muito, mas estou aqui para pedir apoio. Sei que a torcida está chateada com razão. Aceitamos as cobranças, mas precisamos dos torcedores. É um momento difícil e complicado, mas acreditamos que, com a ajuda do torcedor, podemos voltar a ter força e confiança. O Inter, sem o seu torcedor, perde força”, afirmou D’Alessandro, que chegou a se emocionar durante sua fala.
Os pedidos foram uma reação ao que aconteceu ao longo de toda a noite no Beira-Rio. Antes, durante e após a partida, os poucos torcedores que foram ao estádio protestaram contra os jogadores e os principais dirigentes do clube com faixas, cantos e gritos. Só a comissão técnica, que afinal assumiu a tarefa de tirar o Inter da atual situação somente na semana passada, foi poupada. D’Alessandro afirmou que o jogo deste sábado, no Beira-Rio, é fundamental: “Precisamos do torcedor no sábado para ganhar do Botafogo e poder respirar um pouco. Daí, vamos conseguir treinar coisas novas durante a data Fifa”, completou.
E, justiça seja feita, apesar de mais uma má atuação em campo, não houve falta de vontade por parte dos jogadores. Se nas partidas anteriores até puderam ser acusados de apatia, contra o Corinthians eles correram muito e tentaram. Faltou foi qualidade e organização.
Fonte: CP