Onda de disrupção da Amazon está em pleno funcionamento e vai chegar ao Brasil

Eric Secco, executivo da multinacional norte-americana, aponta cases da companhia envolvendo o uso de IA generativa que estabelecem novas possibilidades para o varejo e impactam preço, seleção e conveniência

O que não muda no varejo? Essa é a indagação da Amazon para se concentrar no que ainda precisa ser aprimorado quando o assunto é experiência do consumidor. Para além do cenário macroeconômico, dos juros e do cenário geopolítico, o cliente sempre vai querer receber o mais rápido possível, encontrar o melhor preço e estar seguro de que fez a melhor escolha. “E é nisso que apostamos para avançar”, pontua Eric Secco, head de vendas da Amazon Web Services (AWS) Brasil. 

Impulsionadas pela Amazon, algumas ferramentas de consumo em teste ou já em operação nos Estados Unidos sinalizam que estamos diante de uma nova onda de disrupção prestes a ser vivida de forma global. Isso significa que, em breve, os consumidores em geral, assim como o universo do varejo e da logística, terão acesso a facilidades de pesquisa e entrega de produtos, além de funções que permitem compras mais inteligentes.

Durante a edição de 2025 do Bconnected, realizado pelo Grupo Bittencourt, o executivo da Amazon explicou como a companhia está utilizando a inteligência artificial generativa (IA generativa) para estabelecer novas possibilidades no varejo.

Embora ainda não estejam disponíveis no Brasil, o impacto potencial desses novos ativos tecnológicos promete, segundo Secco, redefinir a dinâmica do e-commerce e a gestão de cadeias de suprimentos, criando uma nova onda de eficiência e personalização.

A vanguarda dessa transformação inclui inovações como: o assistente virtual Rufus, que utiliza inteligência artificial generativa para aprimorar a experiência de compra, atuando como um chatbot especializado em produtos e recomendações; o robô autônomo Proteus, peça-chave na automação de armazéns e na melhoria da segurança ao trabalhar lado a lado com humanos; o Deep Fleet, um modelo funcional de IA generativa concebido para otimizar a coordenação de sua vasta frota robótica, prometendo maior eficiência logística; entre outros ativos tecnológicos.

Rufus AI, o assistente de compras conversacional

Definido como um assistente de compras conversacional, o Rufus é uma espécie de evolução natural das nossas buscas tradicionais para conversas inteligentes que entendem o que o consumidor quer comprar – e por que quer comprar. 

Atuando como um chatbot especializado, ele utiliza IA generativa para aprimorar a experiência de compra, fazendo recomendações baseadas no histórico do cliente ou indicando o produto que melhor se adequa a ele com base na análise de centenas de avaliações postadas. Nos Estados Unidos, o assistente já reorganiza o modo como consumidores descobrem produtos, como vendedores otimizam suas vitrines e como fazer a melhor escolha de compra.

O Rufus AI representa uma evolução natural e disruptiva no e-commerce: a passagem de simples buscas para conversas inteligentes que entendem o que você quer comprar – e por que quer comprar. Quando ele desembarcar no Brasil, vai reorganizar o modo como consumidores descobrem produtos e como vendedores otimizam suas vitrines.

“É muito bom comprar um item com base em centenas de reviews. Mas quem tem tempo e paciência para ler tudo isso e tirar uma conclusão? O Rufus realiza essa leitura e vai além na sugestão, encontrando similares que melhor atendam a expectativa do usuário”, disse Secco.

Buy For Me, também para compras fora da Amazon

Outro desdobramento de um assistente de compras no e-commerce da Amazon é o Buy for Me. Ainda em teste nos Estados Unidos, esses agentes de IA conseguem realizar uma busca mais aprimorada daquilo que o usuário deseja. E ainda consegue atuar fora da plataforma, realizando buscas e compras fora da própria Amazon caso o item desejado não esteja disponível no marketplace.

“A Amazon faz a busca, a compra e se certifica da entrega, expandindo o conceito de conveniência.”

Na prática, a ferramenta pode ser ativada quando o usuário faz uma busca convencional por um item na caixa de texto da Amazon. Entre os resultados, a plataforma vai indicar que o exato produto procurado não está disponível no marketplace, porém, consta no site de outras empresas.

O consumidor interessado em iniciar o processo pode então clicar no endereço fornecido e, depois de selecionar o item desejado, clicar no botão “Buy For Me” (compre para mim, em português).

O checkout é feito em um ambiente da própria Amazon e é possível escolher também a variação desejada do produto, como cor ou tamanho da peça. Além disso, a IA pode finalizar a compra baseando-se no cadastro feito na Amazon e nos métodos de pagamento já cadastrados – tudo com uma autorização final do próprio usuário.

Proteus, o robô autônomo para logística

Peça-chave na automação de armazéns, o Proteus é um robô autônomo e móvel projetado para trabalhar lado a lado com humanos e para se mover com segurança em centros de distribuição. Seu objetivo é não apenas otimizar o fluxo de trabalho, mas também aprimorar a segurança no ambiente de fulfillment.

De acordo com Secco, os robôs são destinados a desempenhar um papel complementar em tarefas que humanos não são capazes de fazer com segurança ou rapidez, além de contribuir para aumentar a eficiência logística em larga escala. Seu braço robótico tem a capacidade de pegar pacotes, ler os rótulos e colocar nos carrinhos para que sejam encaminhados para o próximo passo de envio.

Vulcan, o robô com sensibilidade

Outro salto da Amazon na robótica surge com o Vulcan, um robô com sentido de tato capaz de pegar cerca de três quartos dos itens em seus vastos armazéns. Ele foi projetado para ajudar humanos a separar itens para armazenamento e, em seguida, prepará-los para entrega usando ventosas e visão computacional.

Capazes de identificar objetos pelo toque, esses robôs usam IA para descobrir o que podem ou não manusear e a melhor forma de pegar os itens. Ao trabalhar em conjunto com humanos, eles podem armazenar e recuperar itens de estantes, que são manobradas até eles em estações de coleta por robôs com rodas. 

Outro diferencial do Vulcan é a capacidade de armazenar itens nos níveis superior e inferior das estantes – conhecidos como pods – para que os humanos não precisem mais usar escadas ou se curvar com tanta frequência durante o trabalho.

De acordo com Secco, a IA está ajudando a desenvolver robôs que podem navegar por espaços complexos de forma autônoma e a aprender a se mover com segurança ao lado de pessoas e outros objetos. Haverá, segundo ele, uma geração de robôs que “pedirá ajuda” para aprender novas maneiras de fazer as coisas.

Deep Fleet, um otimizador de frotas

Desenvolvido com base nos extensos dados logísticos internos da Amazon e em ferramentas da AWS, o Deep Fleet funciona como um sistema de controle de tráfego de alta eficiência. Ele reduz o congestionamento robótico, calcula os melhores caminhos de viagem em tempo real e melhora a coordenação da frota.

De acordo com Secco, os primeiros resultados mostram uma melhoria de 10% na eficiência das viagens. Esses ganhos aparentemente incrementais se traduzem em entregas mais rápidas, custos operacionais mais baixos e maior escalabilidade nos mais de 300 centros de distribuição da Amazon.

O executivo aponta que a implantação do Deep Fleet pela Amazon ilustra como a IA está começando a transformar as operações do mundo real em escala. Embora os holofotes frequentemente se concentrem em aplicações de IA voltadas para o consumidor, isso mostra como os modelos generativos já estão remodelando a infraestrutura, a logística e a dinâmica da força de trabalho em uma das maiores empresas do mundo.

Project P.I., uma visão computacional

O Project P.I. utiliza IA e visão computacional para inspecionar e remover proativamente produtos defeituosos antes do envio. Essa checagem automatizada, segundo Secco, garante que o consumidor receba exatamente o que espera, reduzindo devoluções e estabelecendo um novo padrão de confiança e qualidade na seleção de produtos.

“Esses cases reforçam a estratégia global da empresa de utilizar a IA generativa para otimizar toda a cadeia de valor. A chegada desses ativos deve redefinir as expectativas do consumidor brasileiro, que passará a esperar não apenas preços baixos, mas uma experiência de compra hiper-personalizada (via Rufus), entregas mais rápidas e seguras (via Proteus e Deep Fleet) e produtos com qualidade garantida (via Project P.I.)”, afirmou o executivo da Amazon.

Fonte: Diário do Comércio

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com

Tenha meu site exclusivo Entrega em 48h

Tecnologia de ponta para sites ultrarrápidos, modernos e feitos para destacar sua autoridade no mercado digital.