Base do governo barra convocação de irmão de Lula em CPMI do INSS

A base do governo no Congresso barrou, nesta quinta-feira (16), a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para depor na CPMI do INSS. Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindinapi), uma das entidades investigadas pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto por suspeita de descontos ilegais em benefícios de aposentados.

Embora ocupe um cargo de dirigente no sindicato, Frei Chico não está entre os investigados. A votação para barrar sua convocação terminou com um placar de 19 votos contra 11. Havia onze requerimentos na pauta da comissão pedindo o depoimento do irmão do presidente, sendo um deles de autoria do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

Pedido de prisão

O relator Alfredo Gaspar intensificou a pressão sobre a entidade. Um dia antes da sessão, ele pediu a prisão preventiva do presidente do Sindinapi, Milton Baptista de Souza, o Milton Cavalo. Gaspar havia prometido a medida após o dirigente ter permanecido em silêncio durante seu depoimento na CPMI na semana anterior.

O relator justificou a ação, dizendo: “O que importa é que os dados provados pela CGU e pela investigação CPMI permitiram saber que o sindicato meteu a mão com força no dinheiro do aposentado, do pensionista. E nós não podemos permitir a manutenção da impunidade”.

As investigações apontam que o Sindinapi registrou um salto de 563,9% no faturamento entre 2020 e 2024, alcançando uma receita de R$ 154,7 milhões. Além disso, uma empresa de familiares de dirigentes, a Gestora Eficiente, recebeu R$ 4,1 milhões em “comissões” por processar filiações de aposentados.

Acordo interno

Frei Chico está no radar da CPMI desde o primeiro dia de trabalhos, mas era protegido por um acordo entre os membros da comissão de não convocar as “camadas inferiores do comando” de sindicatos e associações, a menos que houvesse um fato concreto. O relator, no entanto, argumenta que o depoimento de Frei Chico era necessário para detalhar “como o sindicato conseguiu tamanho incremento e se havia controle sobre os convênios firmados”.

Durante o depoimento de Milton Cavalo, o dirigente quebrou o silêncio apenas para responder a uma pergunta do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) sobre a atuação do irmão do presidente: “Contrariando o meu advogado, quero dizer que ele nunca teve esse papel administrativo no sindicato, só político, de representação sindical. Nada mais do que isso. Não precisei em nenhum momento solicitar a ele que abrisse qualquer porta do governo”, declarou Cavalo.

Fonte: CP

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