Líder do governo Lula diz que o Planalto decidiu tarde exonerar aliados de parlamentares infiéis

O líder do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirma que as exonerações de cargos ligados a deputados que votaram contra a MP (medida provisória) de aumento de impostos são uma “assepsia” que veio tarde.

“O que o governo decidiu, ainda que tarde, mas antes tarde do que nunca, é que não dá para um partido ter ministério A, B, C e não ajudar o governo”, diz em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Segundo Guimarães, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está de acordo com a redistribuição de cargos para aliados e selou uma trégua com Lula durante jantar no último domingo (19).

“Se você chama uma autoridade para a sua casa, é um p*** gesto. Lula chamou o presidente da Câmara para jantar no Palácio do Alvorada. É mais forte do que qualquer palavra. Motta estava na Paraíba e voltou para essa reunião. Vocês conhecem o Lula, o Lula adora disputa política. É a coisa que ele mais sabe fazer. O Lula cresce na disputa política. Estamos cheios de exemplos. As decisões do Congresso. O tarifaço do [Donald] Trump.”

O líder diz que a repactuação vai ter efeito para aprovar o que ele considera urgente até o fim do ano: matérias fiscais e o Orçamento.

“Precisamos criar as condições para votar o Orçamento. Temos que resolver o buraco orçamentário, os R$ 35 bilhões previstos na MP que caducou. Quando a MP foi editada, foi dito por parlamentares que o governo não cortava gastos. Vamos aproveitar o projeto relatado pelo Kiko Celeguim [PT-SP, sobre falsificação de bebidas] para enxertar nele medidas de contenção de gastos”, salientou.

Nesta semana, a Executiva Nacional do PT comemorou a decisão do governo Lula de demitir apadrinhados de deputados que derrubaram a Medida Provisória alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A cúpula do PT destacou, em resolução política, que a tarefa “número um” do partido, em 2026, é reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O coordenador da campanha de Lula será o presidente do PT, Edinho Silva.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o titular da Casa Civil, Rui Costa, vão ser agora convidados pela direção petista para falar sobre a recomposição da base aliada do governo após as demissões.

A montagem da equipe tem como prioridade a formação de alianças que deem sustentação a Lula nos Estados, com foco na disputa de 2026. O discurso do “nós contra eles” voltará à cena na campanha, agora sob o argumento de que é preciso taxar os super ricos, isentando do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, projeto que já passou pelo crivo da Câmara e está no Senado.

Para o PT, a rejeição da Medida Provisória 1303 pela Câmara, no último dia 8, foi “resultado da pressão da extrema direita e de setores capturados por interesses dos mais ricos”.

A derrota do governo, na avaliação do partido, serviu para mostrar que “uma parcela expressiva do Congresso Nacional tem atuado contra os interesses da maioria do povo brasileiro e do País”. Nas redes sociais, parlamentares e dirigentes do PT têm postado mensagens com o bordão “Congresso inimigo do povo”.

Fonte: O Sul

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