Leite admite transferência de localidades inteiras, mas não sinaliza mudança na política ambiental

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O governador Eduardo Leite admitiu nesta sexta-feira, 10, que o Estado vai realizar estudos que tratem da transferência geográfica de localidades inteiras do RS que vêm sendo atingidas por uma sequência de eventos climáticos extremos. “Determinei que tenhamos olhar específico sobre as cidades com a necessidade de planejamento excepcional, com a transferência de locais inteiros. Isto vai envolver um custo multibilionário, que inclui a necessidade de indenizações, e transferências para novos locais urbanizados. Este plano, muito mais arrojado, é pertinente para algumas cidades, algumas localidades críticas. Está no nosso radar e no nosso plano de ação.”

Leite evitou, contudo, responder se o governo, após a tragédia climática que atinge o Estado, planeja uma mudança de rumo mais significativa em sua atual política ambiental. Ele também não confirmou a possibilidade de criar uma estrutura específica para elaborar políticas de prevenção e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas sobre o RS. Ao contrário, sinalizou que manterá as estruturas já existentes, conferindo às mesmas maior força. Mas ressalvou que, para isto, é preciso que o Estado tenha fôlego financeiro.

“Já existem estruturas. Vamos ter que transformá-las e dar outra robustez. O Estado possui um departamento dedicado a mudanças climáticas dentro da Secretaria do Meio Ambiente, criamos uma secretaria executiva de um gabinete de mudanças climáticas no ano passado, reativamos o fórum das mudanças climáticas no RS, e temos uma série de políticas em andamento. Nossas equipes trabalham no estudo das transformações para que tenhamos uma autoridade ainda mais robusta.”

O governador defendeu ainda as alterações promovidas no Código Estadual do Meio Ambiente, em 2020, e a lei, sancionada por ele no início de abril, que flexibiliza regras ambientais, permitindo a construção de barragens em áreas de preservação permanente, para fins de irrigação. O projeto partiu do Legislativo.

“As barragens em áreas de preservação ambiental não são um libera geral. É a possibilidade de, mediante análise, como já existia para consumo humano e geração de energia, a reservação de água para irrigação. O que se prevê nesse projeto é a possibilidade de reservação de água que atinja áreas de preservação para irrigação”, justificou.

Fonte: CP

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