Aeroporto Salgado Filho pode levar um ano para recuperação total
O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, cuja operação foi suspensa por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, deve demorar pelo menos um ano para retomar sua capacidade de antes da tragédia climática. A perspectiva foi dada por fontes próximas às companhias aéreas, em um momento em que o setor amplia esforços para levar conectividade à região usando como alternativa a Base de Canoas.
O terminal de Porto Alegre recebia cerca de 120 voos diariamente e hoje seu substituto em Canoas recebe cinco por dia – queda de 95,8%. O tamanho das aeronaves na base também diminuiu. A Gol, por exemplo, operava sobretudo com o Max-8 e com o Boeing 737-8 (os dois com 186 lugares). Agora a empresa usa apenas o 737-7 (138 lugares).
A opinião de fontes é a de que o terminal em Canoas pode ampliar sua capacidade para até 30 voos por dia. Um crescimento para além desse volume dependeria de investimentos em infraestrutura e levaria tempo – variáveis sensíveis para um terminal cuja operação de passageiros vai ser temporária.
“O mais complicado em Porto Alegre é que equipamentos como esteira de bagagem, esteira de passageiros entre outros estão embaixo d’água. E não são equipamentos que você compra em prateleira. São feitos sob medida, encomendados, e isso demora pelo menos uns seis meses”, disse uma fonte.
A abertura do terminal de Porto Alegre neste ano, mesmo que ainda sem sua capacidade total, seria importante para a operação e facilitaria o processo. O embarque para a Base de Canoas é feito hoje de ônibus a partir de um shopping center. “A grande questão é saber a qualidade da pista. Se estiver muito danificada, então vai levar meses para o Salgado Filho voltar a operar”, disse outra fonte.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aplicou, no dia 25 de maio, medida cautelar que proíbe por tempo indeterminado quaisquer operações de pouso e decolagem de aeronaves de asa fixa (aviões) no Aeroporto Salgado Filho.
Em nota, a Fraport, empresa que administra o terminal em Porto Alegre, disse que as operações seguem suspensas e sem previsão de retomada. “No momento, não temos uma estimativa dos danos causados pela enchente. Após as águas baixarem, teremos condições de avaliar em detalhes os impactos na infraestrutura aeroportuária.” As informações são do jornal Valor Econômico.
FONTE: O SUL.