Bolsonaro sugere que a ex-primeira-dama Michelle adquira experiência no Senado antes de tentar a Presidência da República
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, nessa sexta-feira (26), sobre a possibilidade de sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, se candidatar à Presidência da República. “Não vejo com bons olhos a sua candidatura, mas ela é livre para escolher”, disse Bolsonaro durante entrevista exclusiva ao programa Pampa Debates, da TV Pampa, apresentado por Paulo Sérgio Pinto. “Ela até pode chegar a ser presidente, mas será difícil governar. Precisa ter mais experiência, talvez o Senado pelo Distrito Federal.”
Bolsonaro está no Rio Grande do Sul nesta semana, cumprindo uma série de compromissos. Na quinta-feira (25), esteve na Serra Gaúcha, participando de uma motociata e de um ato em apoio ao pré-candidato à prefeitura do PL em Caxias do Sul. Depois, seguiu para Farroupilha, onde se encontrou com o prefeito da cidade. Durante sua passagem pelo Estado, visitou Osório, São Leopoldo, Teutônia e Santa Cruz. Nesta sexta, visitou municípios da Região Metropolitana. À noite, participou da convenção do PL em Porto Alegre, na Casa do Gaúcho.
Além de citar uma possível candidatura de Michelle, o ex-chefe do Executivo mencionou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mas, por ora, não o vê como um presidenciável. “Grande gestor e está resolvendo a situação do Estado. São Paulo tem, em média, 40% do PIB do Brasil”, afirmou. “Ele é um nome para o futuro”, destacou.
Inelegível devido à reunião com diplomatas, Bolsonaro só poderá disputar o pleito caso haja uma decisão favorável do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Sobre as eleições municipais deste ano, Bolsonaro está otimista. “O PL vai crescer, não as mil prefeituras como disse o Valdemar [da Costa Neto, presidente do PL], mas haverá um aumento considerável”, afirmou.
Congresso e ministérios
Bolsonaro também comentou sobre o perfil atual do Congresso Nacional. “O perfil dos parlamentares tem melhorado”, mencionando o aumento da direita. O ex-presidente afirmou, sem citar nomes, que “na minha época não cedia a pressões. Havia um político muito importante querendo que eu recriasse o Ministério das Cidades. Não cedi ao pedido”.
Saída do Mercosul
Na questão econômica, o ex-mandatário expressou preocupação com a situação do País. “A carga tributária é brutal. Daqui a pouco, ou você entrega a empresa ou a sua casa para o governo”, disse. “Para o PT é excelente empobrecer a população.”
Bolsonaro afirmou que seu objetivo era sair do Mercosul. “A minha equipe econômica tinha tudo certo para sair do Mercosul, mas não saímos; demoramos. Também do Brics”, disse, citando a decisão do presidente argentino, Javier Milei, de não querer permanecer no grupo latino. No início de julho, Milei não compareceu à Cúpula do Mercosul realizada no Paraguai, preferindo participar de um evento da direita em Santa Catarina, ao lado do ex-presidente brasileiro.
Estados Unidos
Sobre as eleições nos Estados Unidos, Bolsonaro ironizou a candidata do partido Democrata. “Se Kamala (Harris) estivesse aqui (no Brasil), ela seria do PSOL”. O ex-presidente evitou dar vitória antecipada ao republicano Donald Trump. “Não vou falar que a eleição está ganha, mas ele tem vantagem”, opinou.
Tragédia no RS
Bolsonaro comparou os desafios enfrentados, citando as proporcionalidades das tragédias, entre a pandemia de covid e as enchentes que vitimaram mais de 180 pessoas, além de afetarem mais de 2,3 milhões de pessoas. “Tive problemas quando o Supremo entregou as decisões aos Estados (no caso da covid). Uma doença desconhecida até então”, disse. “À época, procuramos atender todos os Estados, sem cor partidária.”
Bolsonaro mencionou Elon Musk para a construção de casas populares provisórias aos desabrigados, no caso das enchentes. “Se estivesse na presidência, pegaríamos essas casas (…) iríamos importar sem imposto.” A Casa Box de Musk tem, em média, um pouco mais de 30 metros quadrados, com quarto, banheiro, sala de estar e cozinha. (Pedro Marques/O Sul)
Fonte: O Sul