Por causa das enchentes, PIB gaúcho cai 0,3%
Relatório divulgado nessa terça-feira (24) pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) aponta uma queda de 0,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul no período de abril a junho deste ano, em comparação ao trimestre anterior. O recuo é atribuído às enchentes recordes de maio, com impacto direto sobre 90% das cidades gaúchas.
Em relação ao mesmo trimestre no ano passado, a economia do Rio Grande do Sul cresceu 4,6%, puxada pelo desempenho da agropecuária (+34,6%). Na mesma base comparativa, a alta no PIB nacional foi de 3,3%. No acumulado do semestre, houve crescimento de 5,4%.
A titular da pasta, Danielle Calazans, comentou: “O governo tem trabalhado para a recuperação do Estado após os os eventos meteorológicos de maio. Após dois anos de estiagens e com as recentes inundações, os números do PIB demonstram a resiliência da população e auxiliam na formulação de políticas de desenvolvimento para superar este momento de dificuldades”.
Indústria
Em relação ao mesmo trimestre de 2023, a economia do Rio Grande do Sul cresceu 4,6%, puxada pelo desempenho da agropecuária (+34,6%). Na mesma base de comparação, a alta no PIB do País foi de 3,3%.
A indústria apresentou retração de 1,7% no segundo trimestre, influenciada pelo desempenho negativo de 6,5% da indústria de transformação, a principal do segmento. Das 14 principais atividades industriais, dez apresentaram queda, em especial a atividade de máquinas e equipamentos (-26,3%), produtos químicos (-10,9%) e produtos alimentícios (-5,1%). Com exceção da indústria de transformação, os demais setores registraram alta, com destaque para a eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+37,9%).
Serviços
Nos serviços, o Estado apresentou alta de 2,4% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2023. Entre os segmentos da área, o comércio puxou os números positivos, com alta de 5,1% no trimestre, seguido dos serviços de informação (+3,9%).
Dentre as dez principais atividades comerciais, seis tiveram desempenho positivo, em especial a de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebida e fumo (+12,1%), móveis e eletrodomésticos (18,8%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+9,7%).
Agropecuária
A recuperação da produção agrícola em 2024 em relação ao ano anterior, ainda afetado por estiagem, marcou os números da agropecuária. Entre os principais grãos, houve crescimento de 43,8% na produção de soja e de 13,6% na de milho e variação de -0,3% na cultura de arroz.
No mesmo período no Brasil, o segmento registrou queda de 2,9%. Nesta mesma base de comparação, a indústria gaúcha cresceu 0,2%, e os serviços, 2,7%.
Já nos números acumulados dos últimos quatro trimestres (do 3º trimestre de 2023 ao 2º trimestre de 2024), o PIB do Rio Grande do Sul apresentou crescimento de 2,6%, enquanto no Brasil a alta foi de 2,5%.
Fonte: O Sul