Com o dólar mais barato, lucro das empresas brasileiras cresce quase 20% no segundo trimestre

0

Dolares-Moeda estrangeira

As empresas brasileiras com ações na B3, a Bolsa de Valores do País, tiveram um aumento expressivo em seus lucros no segundo trimestre de 2023. Foram R$ 4,6 bilhões a mais do que no mesmo período do ano passado – uma alta de 19,5%, totalizando um valor agregado de R$ 34,2 bilhões.

Esse lucro maior se deve, sobretudo, à queda da cotação do dólar entre abril e junho deste ano. A taxa de câmbio encerrou esse período em R$ 4,82, enquanto no último pregão do segundo trimestre de 2022 a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,24 no Brasil.

Já as vendas dessas mesmas empresas tiveram recuo no trimestre. A queda agregada de R$ 11,9 bilhões em suas receitas equivale a uma baixa de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a um total de R$ 722 bilhões em vendas.

O levantamento foi feito por Einar Riveiro, da TradeMap, e analisou os resultados financeiros de 295 empresas não financeiras, excluindo também os números da Petrobras, Vale e Marfrig, que são companhias muito pesadas no índice e que distorcem a avaliação.

De acordo com Riveiro, a principal razão para que o lucro subisse no segundo trimestre foi a melhora na relação entre as receitas das empresas (que é tudo o que elas faturam) e a soma de todas as despesas.

Essa relação passou de um saldo negativo de R$ 53,8 bilhões no ano passado (ou seja, havia mais despesa do que faturamento) para um saldo positivo de R$ 35,8 bilhões neste ano, o que só foi possível por conta da redução na taxa de câmbio.

“No segundo trimestre de 2022, o dólar fechou em R$ 5,24, com uma valorização de 10,56% no período, o que resultou em despesas financeiras significativas e prejudicou os lucros das empresas. Já no segundo trimestre de 2023, o dólar encerrou a R$ 4,82, com uma queda de 5,14% no trimestre, gerando um ganho financeiro para as empresas devido às parcelas de endividamento em moeda estrangeira”, explica Riveiro.

Porém, somente a queda no dólar não foi o suficiente para alavancar as vendas das empresas brasileiras nos últimos meses. Embora a moeda americana mais barata também reduza o valor de diversos tipos de produtos dentro do Brasil – já que muitos itens são importados –, o consumo dentro do País passa por um período de desaquecimento por conta dos juros altos, que tornam a tomada de crédito e os financiamentos mais caros.

Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, após o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central iniciar o ciclo de cortes nos juros em sua última reunião, com uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa.

Novas baixas de mesma proporção já foram sinalizadas pelo Copom, mas o mercado doméstico pode demorar para começar a sentir os efeitos dos juros menores. Isso, segundo especialistas, ocorre porque há um tempo de cerca de seis meses entre uma decisão do BC e seus impactos claros na economia real.

Fonte: O Sul

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com