Inter: Roger lida com “problema bom” para resolver no Brasileirão
Poucas coisas contam mais no futebol do que o ambiente de um vestiário. A principal delas com certeza é o resultado. Sem ele não há boa relação que se sustente. No caso do Inter, a sequência de dez jogos sem perder abre espaço para que ponderações possam ser feitas de forma natural. Roger Machado adquiriu rapidamente no clube autoridade para que suas escolhas, além de respeitadas, sejam dificilmente contestadas até aqui. Junte-se a isso o crescimento de produção de jogadores até pouco tempo sem espaço e o leque a seu dispor lhe permite abrir mão até quem está bem, o que só atesta a evolução coletiva.
A última impressão, a do Gre-Nal, apontou a melhora no time a partir da entrada de Bruno Tabata no lugar de Gabriel Carvalho no segundo tempo, momento em que a superioridade sobre o rival se viu mais evidente. O jovem sentiu o clássico e a experiência do meia egresso do Palmeiras ajudou mais o restante da equipe até a vitória.
À exceção do jogo contra o Corinthians quando estava com uma virose, Tabata foi reserva nos últimos três. Sua condição de titular coincide com o começo da reação colorada no Brasileirão no 2 a 1 no Beira-Rio contra o Juventude, justamente período em que Alan Patrick era a principal ausência.
Ocorre que o camisa 10 e capitão se recuperou de lesão, voltou ao time e por ele passa o jogo. E assim, com Wesley consolidado pelo lado esquerdo, só restou uma vaga no meio. Tabata perdeu então o lugar para Gabriel, titular em 14 partidas com Roger. Ou seja, para pleitear um lugar entre os 11, quando for lançado a campo, ele terá que mostrar algo a mais do que a jovem promessa tem mostrado desde que se firmou, ainda que tenha caído de rendimento.
“Ele está bem e o time está funcionando bem com o Gabriel Carvalho. O Tabata vai ganhar a posição com o tempo, se ganhar. Para mim, continua o Gabriel”, opina o jornalista do UOL Paulo Vinícius Coelho, o PVC. Opinião diferente ao do colega Gutiéri Sanchez, comentarista da rádio Guaíba: “Tabata. Pela capacidade de participar mais do jogo e oferecer mais funções diferentes dentro de um mesmo jogo. Vejo Gabriel com mais talento, mas, agora, Bruno Tabata se encaixa mais com Wesley e Alan Patrick e tem e merecido a titularidade. O garoto tem produzido pouco, quase isolado na direita, seu concorrente busca mais o jogo para participar.”
O contexto pesa a favor de Gabriel. A diretoria não nega a necessidade de vender jogador na próxima janela de transferências para sanar dívidas feitas até para a montagem do atual elenco. Pela idade e projeção dos 17 anos, o meia é hoje, em tese, a ficha mais pesada dentre as apostas. O fato é que com as opções que criou, Roger conduz o Inter a caminho de uma vaga na Libertadores da América em 2025. E neste caso, a pressão para fortalecer o elenco vai na contramão da realidade financeira. Só que com os resultados embaixo do braço o treinador sabe que esse problema não é ele que resolve.
Por ora, trata-se de um problema bom, afinal o desempenho contribui para o ambiente de energia transformada a partir da troca de comando
Fonte: CP