Galípolo descarta ideia de ataque especulativo contra o real como movimento coordenado

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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira, 19, que a ideia de um ataque especulativo contra o real como movimento coordenado não explica bem a situação do câmbio neste momento. A afirmação foi feita durante coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

“Eu acho que não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, vamos dizer assim, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido. Basta a gente entender que o mercado funciona, geralmente, com posições contrárias. Para existir um mercado, precisa existir alguém comprando e alguém vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem”, disse o diretor do BC.

Galípolo, que assumirá o comando da autoridade monetária em janeiro, disse que é “bem apegado ao guidance”. “Eu acho que a barra é alta para a gente fazer qualquer tipo de mudança no guidance”, afirmou.

Ele avaliou que o BC foi bastante corajoso fazer a sinalização de alta da Selic para mais duas reuniões diante. “Eu acho que já foi bastante corajoso, a partir da materialização dos riscos, poder fazer essa sinalização para mais duas reuniões para frente. O que vai acontecer dali para frente, eu acho que a gente vai ter que aguardar para ver como é que tudo vai se desenrolar. Está bem claro em que direção a gente deu esse passo: é na direção de caminhar para uma taxa de juros num patamar restritivo com alguma segurança”, disse.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a sinalização de alta da Selic feita pela autoridade monetária, com a elevação para 12,25% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a indicação de dois novos aumentos nessa magnitude no próximo ano, é mais um sinal do comprometimento do BC com a meta de inflação.

As afirmações foram feitas durante coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). “A mensagem que a gente tentou passar, é que a gente acha que a elevação de 1 p.p. com essa sinalização é um passo importante de sinalizar que o Banco Central está comprometido em atingir a meta e que entende que a gente tem uma incerteza maior do que usual e também entende que algumas das incertezas se viraram certezas”, pontuou, indicando um cenário mais adverso.

Fonte: CP

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