Ronaldo articula candidatura na CBF em meio à crise de Ednaldo
As próximas semanas serão decisivas para Ronaldo, enfim, oficializar a sua candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Enquanto o Fenômeno manifesta publicamente o desejo de ocupar o cargo, ele se articula nos bastidores para ganhar apoio de federações e da opinião pública.
Os movimentos do ex-jogador ocorrem em meio à crise nos bastidores da entidade, que vê Ednaldo Rodrigues pressionado. Sentar na cadeira da presidência da CBF pode ser encarada como uma missão ousada. Isso porque não há eleição com mais de um candidato desde 1989, quando Ricardo Teixeira derrotou o então vice-presidente da entidade, Nabi Abi Chedid, e hoje Ednaldo tem largo apoio das federações.
Sabendo disso, Ronaldo aproveitou a fragilidade do momento vivido pela entidade para jogar os holofotes para si, declarando a candidatura antes mesmo de oficializá-la. Os rumores de que Ronaldo seria candidato circulavam desde o meio do ano, quando ele negociou a venda de 90% das ações da SAF do Cruzeiro.
Sua ideia é apresentar às federações estaduais ‘um projeto de investimento privado nunca antes visto para o crescimento sustentável do esporte em cada estado do país’ e ‘reconstruir a credibilidade da entidade máxima do futebol brasileiro, com a nossa velha paixão nos novos tempos’, porque, segundo o Fenômeno, o respeito do futebol brasileiro precisa ser resgatado.
O ex-jogador da Seleção necessita do apoio de pelo menos quatro das 27 federações, e de quatro clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Sem isso, ele sequer entra na disputa. Pelas regras eleitorais da CBF, na eleição presidencial, o voto das federações tem peso três. Dos clubes da Série A é dois e dos clubes da Série B, um. Logo, é possível ganhar o pleito só com os votos das federações. Daí a importância de Ronaldo viajar pelo Brasil para angariar apoio dos cartolas.
Hoje, o cenário é desfavorável ao Fenômeno – nenhum dos presidentes das federações está contra Ednaldo. Os dirigentes se movimentam discretamente nos bastidores e evitam declarações favoráveis ao Fenômeno por temerem retaliações políticas e financeiras. Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), até chegou a sinalizar apoiar Ronaldo, mas recuou. Ele é um dos oito vices de Ednaldo e foi um dos que mais reclamou do calendário de 2025.
Um dos aliados de Ronaldo nessa jornada para costurar apoios é Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians. Eles são amigos há quase duas décadas, desde que o cartola lhe contratou para o Corinthians, clube em que encerrou a carreira. Ambos se reúnem com certa frequência. No mês passado, Andrés foi prestigiar o ex-jogador durante os três dias do Galácticos Open, evento de tênis que Ronaldo organiza anualmente para arrecadar fundos para sua fundação.
Na festa, no fim de novembro, Ronaldo se sentiu valorizado. Àquela época, ele já havia confirmado seu desejo de sentar na cadeira mais importante do futebol brasileiro. Já tinha conversado com cartolas, empresários, ex-jogadores e gente que transita nesse meio. Também tinha feito um pequeno teste com a opinião pública e percebeu que é difícil, mas possível, realizar seu sonho. ‘Eu estou ainda processando as respostas das pessoas. Tive ligações de presidente de clube, presidente de federação, ex-jogadores, todo mundo pedindo ajuda para gente’, afirmou o Fenômeno
Fonte: CP