Polícia Federal descobre que segurança de Lula estava em grupo golpista
A Polícia Federal (PF) descobriu, a partir da apreensão do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que um segurança presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva estava em um grupo de WhatsApp com militares da ativa que defendiam um golpe de Estado e que faziam ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com informações do g1, o tenente-coronel André Luis Cruz Correia estava no grupo que, entre outros, tinha Mauro Cid como membro.
Assim que descobriu a informação, a PF levou o caso ao Palácio do Planalto, que mandou demitir Correia.
Correia só foi designado para a segurança de Lula no final de março.
O tenente é subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e, conforme integrantes do governo, atuava na segurança direta de Lula. Ele chegou, inclusive, a participar de viagens recentes com o presidente, como a da Bélgica.
A descoberta da presença de Correia no grupo de WhatsApp turbinou a guerra de desconfiança nos bastidores entre PF e o GSI.
A Polícia Federal defende, desde o ano passado, que a segurança presidencial seja feita pelo órgão. Todavia, para evitar desgaste com militares, Lula ordenou um modelo híbrido: com GSI no comando.
Volta à cena a revelação de que Mauro Cid estava no e-mail de ajudância de ordens da Presidência. O GSI informou, à época, que abriria uma sindicância para apurar o caso e que não cabia ao gabinete fazer a limpeza nesse tipo de e-mail. No entanto, até o momento, o governo não explicou de quem era a responsabilidade.
Na PF, a avaliação é a de que é grave e preocupante o fato de que um segurança que lida com a proteção da vida do presidente da República compor um grupo criado para dar um golpe de Estado.
Inclusive, investigadores têm a informação de que o coronel teria pedido ajuda para Cid para conseguir uma realocação da Bahia para Brasília —o que, de fato, aconteceu.
Leia a nota do Exército na íntegra:
“Atendendo à sua solicitação, o Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx) esclarece que nomeações e exonerações de funções são rotineiras dentro da Instituição, as quais visam empregar os recursos humanos nas atividades para as quais estejam habilitados. No caso em questão, houve uma troca direta com um militar que trabalhava no CCOMSEx e foi destinado ao GSI. Cabe ressaltar que diversos órgãos, ainda que separados fisicamente, compõem o Gabinete do Comandante do Exército. A Instituição segue à disposição dos Órgãos que apuram os fatos, a fim de contribuir com as investigações em curso, sendo que quaisquer esclarecimentos solicitados serão prestados exclusivamente aos mesmos.”
Fonte: O Sul