Eleição do Senado dita o ritmo das articulações para 2026 no RS

Faltando ainda 17 meses para as eleições de 2026, uma configuração inédita se desenha no RS para o pleito do próximo ano. Nela, a disputa pelas duas cadeiras que estarão em jogo alcançou tal nível de importância, que as articulações sobre quem serão seus postulantes suplantam aquelas para decidir sobre o principal cargo da chapa majoritária, o de governador.
Em parte das conversas partidárias, a corrida pelo Senado é estabelecida como aquela onde se concentram as estratégias para ‘puxar’ os votos para a majoritária e determinar alianças. Por isso, em mais de uma chapa, pelo menos um dos candidatos ao Senado será alguém cujo histórico político já tenha mostrado forte apelo popular e alta densidade eleitoral.
O Senado, uma câmara com cadeiras renovadas por etapas, a cada quatro anos, mas onde os integrantes possuem mandatos de oito anos, até recentemente despertava pouco interesse da população. Agora, sua conquista ganhou importância nacional.
As siglas de direita capitaneadas pelo bolsonarismo constroem desde 2022 uma estratégia para alcançar maioria absoluta na Casa. As de esquerda montam uma espécie de contra-ataque. O PT, partido do presidente Lula, tornou público que dará mais atenção a eleger senadores do que governadores em 2026, e que está aberto a apoiar nomes de outras legendas do ‘campo progressista’.
No centro da disputa está o que uma maioria no Senado é capaz de proporcionar. Ela pode, por exemplo, limitar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e levar a cabo o impeachment de ministros da Corte. Garantir ampla anistia para os participantes dos ataques do 8 de janeiro e os envolvidos na tentativa de golpe de Estado. E travar a nomeação de diplomatas, membros de tribunais superiores ou dirigentes de agências reguladoras. Com três quintos dos votos no Senado (49 das 81 cadeiras) é possível aprovar uma emenda constitucional. Pelo RS, as duas cadeiras em jogo são as hoje ocupadas por Luis Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT), eleitos em 2018.
Fonte: CP