Rússia entrega proposta de paz à Ucrânia e países fecham troca em massa de prisioneiros de guerra

Um dia depois dos ataques aéreos mais intensos da guerra, delegações de Rússia e Ucrânia se encontraram em Istambul, na Turquia, nesta segunda-feira (2) para negociações de paz.

Segundo a mídia russa e declarações do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, os dois lados enviaram suas demandas para o fim do conflito e fecharam uma troca em massa de prisioneiros. Na primeira rodada de negociações, que foram realizadas em maio, cerca de 1000 prisioneiros foram trocados.

A reunião foi mediada pelo chanceler da Turquia, Hakan Fidan, em um luxuoso hotel na costa europeia do Bósforo e durou menos de duas horas. As expectativas eram baixas para qualquer resultado concreto, já que as delegações foram chefiadas por membros do baixo escalão dos dois países, sem autonomia para grandes decisões políticas.

Reunião

A delegação ucraniana foi liderada pelo Ministro da Defesa, Rustem Umerov, enquanto Vladimir Medinski, um assessor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, encabeçou a delegação russa.

Cerca de uma dúzia de ucranianos e russos participaram da reunião. Eles se sentaram em uma mesa em forma de U, uma de frente para a outra, com oficiais turcos entre elas.

Comentários recentes de altos oficiais de ambos os países indicam que eles permanecem muito distantes de um acordo para acabar com a guerra.

A continuidade da guerra frustrou o objetivo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de trazer um rápido fim ao conflito. Há uma semana, ele expressou impaciência com Putin após Moscou bombardear Kiev e outras cidades ucranianas com drones e mísseis.

Ataques aéreos

A segunda rodada de negociações ocorreu após fortes ataques aéreos dos dois lados. No domingo, 1, a Ucrânia lançou um ataque surpresa de drones que destruiu mais de 40 aviões de guerra em bases militares dentro da Rússia, incluindo em regiões remotas no Ártico e na Sibéria.

O ataque demorou um ano e meio para ser planejado e foi “um grande tapa na cara do poder militar da Rússia”, disse Vasyl Maliuk, o chefe do serviço de segurança ucraniano que liderou o ataque.

Já Zelenski chamou a operação de “brilhante”. O ataque ucraniano destruiu ou danificou gravemente quase um terço da frota de bombardeiros estratégicos de Moscou, segundo autoridades ucranianas.

O presidente da Ucrânia afirmou que as perdas da Rússia forçariam o Kremlin a negociar com o país vizinho. “A Rússia deve sentir o que significam suas perdas. Isso é o que irá empurrar Moscou em direção à diplomacia”.

No mesmo dia do ataque ucraniano, Moscou lançou 472 drones contra o território inimigo, o maior número de ataques deste tipo desde o início da guerra. Segundo a Força Aérea da Ucrânia, o lançamento faz parte de uma campanha russa para prejudicar as defesas antiaéreas de Kiev.

Fonte: O Sul

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