Governo federal confirma que foco de gripe aviária foi contido no Rio Grande do Sul

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse nesta quarta-feira (4), em coletiva de imprensa, que o foco de gripe aviária em Montenegro foi contido e que a doença não se espalhou para fora da granja.

O caso aconteceu há 3 semanas e foi o primeiro a ser registrado em uma granja comercial. A gripe aviária chegou ao Brasil em 2023 e, até maio deste ano, só havia atingido aves silvestres e de criação doméstica.

“É importante dizer que nós estamos com 14 dias de vazio sanitário, e não tem mais morte de animal. Portanto fica muito comprovado que o caso [de gripe aviária] não saiu da granja para fora [da granja]”, disse.

O vazio sanitário corresponde aos 28 dias que começaram a ser contados após a desinfecção da granja em Montenegro, e que correspondem ao ciclo do vírus.

O Ministério informou que há um novo caso suspeito de H5N1 em investigação em uma granja comercial, em Teutônia, que fica a 50 km de Montenegro.

“Foram identificados alguns animais que chegaram no abatedouro com alguns sintomas. A amostra foi colhida, encaminhada ao laboratório e vamos aguardar o resultado. É uma investigação em andamento”, disse o diretor substituto do Departamento de Saúde Animal, Bruno Cotta.

Após o caso em Montenegro, três suspeitas de gripe aviária em granjas comerciais foram descartadas. As suspeitas aconteceram em Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO) e Anta Gorda.

Embargos ao frango

Fávaro comentou ainda que as negociações com os países que bloquearam as importações de frango do Brasil continuam, mas que uma redução significativa das restrições devem ocorrer após os 28 dias de vazio sanitário.

Os bloqueios podem ser totais ou parciais, ou seja, limitados ao estado do RS ou ao município de Montenegro.

A China, principal compradora do Brasil, suspendeu a carne de todo o país, assim como mais 20 países e a União Europeia. Outros 14 países suspenderam o Rio Grande do Sul, e outros quatro somente Montenegro.

“Por exemplo, China e UE são países importantes e já estamos em negociação para a redução da restrição para o raio [de 10 km] do foco. A UE já encaminhou um questionário para o Mapa [Ministério da Agricultura]. Já respondemos e estamos devolvendo na expectativa que reduzam as restrições. A China também”, disse.

“Com relação às perdas comerciais, elas existem. Mas, de novo, é uma questão lógica. Se você pensar que 70% da produção fica no mercado interno, que 30% fica para o mercado externo. Dos 21 [países que bloquearam totalmente o Brasil], a China é um pedaço. Há uma diminuição do fluxo comercial, mas não tão importante assim”, afirmou.

Emirados Árabes e Japão – segundo e terceiro maiores importadores – limitaram a suspensão do frango brasileiro apenas de Montenegro, o que gera um impacto pequeno.

Isso porque há apenas um frigorífico que exporta frango no município e ele fica fora do raio de 10 km do foco da doença.

Já Arábia Saudita, que é o quarto maior cliente, parou de comprar de todo o Rio Grande do Sul.

Fonte: O Sul

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