Bancada do agronegócio no Congresso critica o governo por ter recebido convite tardio para o anúncio do Plano Safra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nessa terça-feira (1º), no Palácio do Planalto, o Plano Safra 2025/2026 voltado à agricultura empresarial. No entanto, o evento ocorreu sob críticas contundentes e com a notável ausência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), grupo que reúne a maioria dos representantes do agronegócio no Congresso Nacional.

A bancada ruralista, composta por 353 deputados e senadores, alegou que recebeu o convite oficial do Palácio do Planalto apenas às 18h25 da véspera, segunda-feira (30), o que teria impossibilitado a mobilização de seus integrantes para comparecer à solenidade. De acordo com a assessoria da FPA, o curto prazo e a agenda já comprometida de muitos parlamentares justificaram a ausência. O presidente da frente, deputado Pedro Lupion (PP-PR), não participou da cerimônia por estar em compromissos políticos em seu reduto eleitoral no Paraná.

Outro fator que contribuiu para o esvaziamento da semana legislativa em Brasília foi a viagem de diversos parlamentares ao exterior, que participam do 13º Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal, evento que reúne políticos, juristas e ministros de tribunais superiores.

Em nota, a assessoria da Presidência da República esclareceu que “os parlamentares ligados ao setor do agronegócio foram convidados para o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, realizado no Palácio do Planalto”. Ainda assim, a ausência da FPA no anúncio voltado à agricultura empresarial escancarou o distanciamento entre o governo federal e o setor ruralista, historicamente mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Enquanto Lula apresentava as diretrizes e os valores destinados ao próximo ciclo agrícola, a Frente Parlamentar da Agropecuária realizava uma coletiva de imprensa paralela à cerimônia, na qual expressou críticas severas ao governo.

“Eu quero esclarecer e refutar categoricamente que o governo federal esteja patrocinando o agronegócio brasileiro. Tudo que foi dito nesse evento de lançamento foi completamente equivocado”, declarou Pedro Lupion, em tom enfático.

O deputado também questionou a forma como os números foram apresentados pelo Planalto, afirmando que dados sobre renúncias fiscais estariam sendo indevidamente contabilizados como investimentos diretos. “Essas renúncias fiscais significam uma questão social e não setorial. O plano safra anunciou o recorde de R$ 516 bilhões, mas o valor de investimento caiu de R$ 107,6 bilhões para R$ 101,5 bilhões”, criticou.

No evento, o governo anunciou R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial, um aumento de 1,5% em relação ao ciclo anterior. Na segunda, foram destinados R$ 89 bilhões à agricultura familiar.

Fonte: O Sul

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