PSDB deve perder o comando de quatro grandes cidades gaúchas para o PSD

A tendência é a de que o PSDB perca para o PSD o comando das quatro maiores cidades em que elegeu prefeitos em 2024. Em Gravataí, o prefeito Luiz Zaffalon já confirmou publicamente que seguirá o governador Eduardo Leite para o PSD: “Gosto muito do governador Eduardo Leite e prometi que para onde ele fosse eu iria junto”, declarou.

Em Caxias do Sul, fontes afirmam que o prefeito Adiló Didomenico está entre aqueles que vão migrar para o partido de Gilberto Kassab, embora ele não fale publicamente sobre o assunto. O mesmo acontece com os prefeitos de Santa Maria, Rodrigo Décimo, e de Viamão, Rafael Bortoletti. Ambos não cravam a saída, mas assumem o desejo de acompanhar Leite no PSD, e, nos bastidores, a ida é dada como certa.

Além disso, outros três prefeitos também estariam com as malas prontas: de Estação, Geverson Zimmermann; o de São Jerônimo, Julio Cesar Prates Cunha; e de Vista Alegre, Rudinei Bridi. Se confirmada as migrações, o PSDB deve perder, de uma só vez, seis municípios para o PSD.

Na contramão do cenário nacional, o PSDB gaúcho teve um bom desempenho no Rio Grande do Sul nas eleições de 2024. Com 35 prefeitos eleitos, em questão numérica, o partido ficou atrás apenas de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, que elegeram 59 e 43 prefeitos respectivamente. Além disso, a sigla conquistou duas das cinco cidades gaúchas com o maior eleitorado: Caxias do Sul e Santa Maria.

Livre das amarras da janela partidária, as filiações de parte desses gestores irá ocorrer em um ato do PSD, que contará com a presença do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, em 30 de agosto. No evento também deve se comemorar o ingresso daquele que é apontado como propulsor das saídas, Eduardo Leite.

Após anos no PSDB, Leite migrou de partido em março deste ano, com o objetivo de ser candidato à Presidência da República. No Rio Grande do Sul, o PSD tem pouca expressão, em contraste com o cenário nacional – o partido de Gilberto Kassab foi o que mais conquistou municípios no pleito de 2024, com 887 prefeitos eleitos em todo país. No Rio Grande do Sul, contudo, só elegeu 12.

Para inflar o partido, Leite recorreu aos seus aliados. Entre eles o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, que, semanalmente, tem se reunido com gestores e lideranças a fim de atrair novos nomes. O governador foi conduzido à presidência do partido no Estado, e Lemos é um dos integrantes da executiva.

A candidatura de Leite à Presidência, porém, ainda não é certa, visto que Kassab se comprometeu a apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, caso ele assuma o posto do ex-presidente Jair Bolsonaro e seja o candidato da direita. Além disso, o secretário mantém um pé no governo Lula, ocupando ministérios.

Essa imprecisão quanto ao futuro de Leite é um fator que conta na balança dos prefeitos, cada qual com a sua demanda. Em Viamão, por exemplo, Bortoletti só migrará se for junto do seu vice, Marciel Fauri, que deve concorrer a deputado estadual no próximo ano.

Fonte: O Sul

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com